Avicultura gaúcha pede ajuda para levantar embargos
31 de janeiro de 2025
Passados seis meses do encerramento do surto de doença de Newcastle registrado em Anta Gorda, no Vale do Taquari, a Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs) reforçou, junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), solicitação de urgência na resolução de embargos que ainda impedem o embarque da proteína gaúcha, principalmente para China e Chile.
O foco da patologia foi identificado em julho de 2024. Em outubro, a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) reconheceu o Brasil como livre da doença em aves comerciais, com outras nações voltando a demandar o produto no RS. A retomada dos negócios com China e Chile é aguardada pelo setor desde o final daquele mês.
O presidente da Organização Avícola, José Eduardo dos Santos, que tem persistido para levantar os embargos desde o restabelecimento da segurança sanitária, destacou o êxito das ações da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) para solucionar o problema em Anta Gorda, e do Mapa, para esclarecer, junto a países importadores, os procedimentos adotados e o encerramento do caso.
“Vale, agora, uma lembrança da Secretaria de Relações Internacionais do Ministério de Agricultura, que está fazendo um trabalho excelente de prospecção, de ampliação de mercados, de que estamos com status sanitário equivalente aos dos demais estados do Brasil”, afirmou Santos.
O dirigente salientou a normalização das exportações da avicultura gaúcha para outros destinos como comprovação “da qualidade e sanidade do nosso produto”.
Formalmente, o pedido de “lembrança” em relação ao tema ocorreu por meio de ofício emitido na terça-feira, 28, e endereçado tanto ao comando do Mapa quanto à Secretaria de Comércio e Relações Internacionais. O apelo é para que o governo federal intensifique esforços diplomáticos para sensibilizar mercados como o chinês, que representam uma parcela significativa das exportações do setor.
Santos lembrou ainda a queda sofrida nos embarques de carne de frango do RS em 2024.
“Acho que o único estado que teve queda na exportação. Antes do caso de Newcastle, estávamos almejando crescer 3% ou 4%. A questão da enchente (de abril e maio) estávamos superando, mas aí veio a Newcastle para reverter a expectativa”, disse o presidente da Organização Avícola.
De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Rio Grande do Sul encerrou 2024 com uma baixa de 6,32% nas exportações de carne de frango, na comparação com 2023. A redução encerrou um ciclo de cinco anos de números positivos. Em 2024, foram despachadas 692,8 mil toneladas do produto, contra 739,5 mil no período anterior, totalizando 46,7 mil toneladas a menos.
Fonte: Correio do Povo