Durante o mês de agosto, Não-Me-Toque realiza o “Agosto Lilás,” um esforço para direcionar a atenção da sociedade para a problemática da violência contra as mulheres. A escolha da cor lilás simboliza as marcas visíveis da violência, os hematomas que perduram como lembranças dolorosas. Essa iniciativa é conduzida pelo CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) e engloba uma série de atividades, como palestras e rodas de conversa, voltadas à conscientização sobre esse tema.
A coordenadora do Creas, a assistente social Vivian Vanzin, compartilhou em uma entrevista ao Grupo Ceres de Comunicação a relevância de discutir esse assunto e enfatizou que, mesmo na atualidade, mulheres vulneráveis continuam a sofrer violência no município. Isso pode se manifestar através de ameaças verbais ou agressões físicas.
A atuação do Creas engloba o acolhimento das mulheres agredidas. Atualmente, o centro recebe em média cerca de dez mulheres por mês, que são vítimas de violência doméstica em Não-Me-Toque. Vivian destacou que essa quantidade é notável, pois reflete uma crescente conscientização em relação aos casos de destaque na comunidade.
Vivian delineou o perfil típico das mulheres que enfrentam agressões no município. Geralmente, são mulheres com idades compreendidas entre dezoito e trinta e cinco ou quarenta anos, possuindo formação educacional até o ensino fundamental completo. Elas estão inseridas no mercado de trabalho. É interessante notar que essa violência não está restrita a um único território geográfico, estendendo-se por diferentes áreas da cidade. A forma predominante de violência é a psicológica, que engloba ameaças, perseguição e outros aspectos de natureza emocional.
Conforme a coordenadora ressaltou, é fundamental denunciar os casos de violência. Combater o abuso e a violência é uma responsabilidade coletiva, não devendo ser delegada a um único serviço ou indivíduo. Diversos canais de denúncia anônima estão disponíveis, incluindo o número 180 e o Disque 100. Qualquer forma de violência deve ser denunciada, e se alguém tem conhecimento de alguém próximo que esteja enfrentando tal situação, a responsabilidade de reportar é compartilhada. As autoridades, como o Ministério Público e a delegacia, atuarão em conjunto para buscar e ajudar essas mulheres, oferecendo suporte psicossocial e instigando a reflexão sobre suas circunstâncias. A abertura ao diálogo e a compreensão do contexto do abuso e da violência são essenciais para promover uma sociedade mais segura e igualitária.
Ouça a entrevista: