O Palácio do Planalto foi avisado que o Congresso Nacional não quer seguir com a ideia do governo federal de diminuir o contingenciamento, ou seja, o bloqueio de recursos do orçamento do País em 2024.
A emenda, apresentada nesta segunda-feira (20) pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido), permitiria um aumento com despesas da União de 0,6% em 2024, comparado com os gastos de 2023. Isso, segundo o texto, independentemente do cumprimento da meta fiscal.
Na prática, a emenda tinha como intuito permitir que o contingenciamento do orçamento no ano que vem fosse menor do que o esperado inicialmente. Ou seja, cerca de R$ 23 bilhões, como tem dito o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Na noite desta segunda, o assunto foi discutido na reunião ministerial realizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Planalto. No entanto, segundo interlocutores, ao discutir a emenda com o relator da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), deputado Danilo Forte (União-CE), houve resistência.
Isso porque, o entendimento dos parlamentares é que o assunto já está previsto na legislação do arcabouço fiscal. Por isso, para realizar a mudança, precisaria ser aprovada uma nova lei complementar, e não mexer no conteúdo via LDO.
Ainda de acordo com líderes ouvidos, Forte chegou a fazer uma consulta informal ao TCU (Tribunal de Contas da União) e teria recebido como resposta que a mudança pretendida pelo Planalto poderia ser questionada judicialmente, caso fosse aprovada.
Após receber de deputados e senadores mais de 2,2 mil sugestões de emendas, o relator deve apresentar a versão final do texto da LDO ainda nesta terça-feira (21). A expectativa é que o parecer seja votado na CMO (Comissão Mista de Orçamento) até o fim desta semana.
Fonte: O Sul