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Com obras de Shostakovich e Stravinsky, concerto da Ospa ecoa a Rússia do século 20

A apresentação vai ser transmitida pelo canal do YouTube da Ospa

por Daiane Giesen
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Dois dos maiores nomes da música russa no século 20 estão representados no concerto Pétrouchka, que a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), fundação vinculada à Secretaria da Cultura (Sedac), apresenta no próximo sábado (14/10). O evento será às 17h, na Casa da Ospa. Na primeira parte, a Ospa dedica-se a Dmitri Shostakovich e seu segundo concerto para violoncelo, que terá como solista a violoncelista Marina Martins; na segunda, dedica-se a Igor Stravinsky e seu polêmico balé, Pétrouchka. O maestro argentino Luis Gorelik comanda a Ospa na apresentação. A apresentação incluirá uma homenagem ao centenário do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Além da tradicional transmissão ao vivo do concerto, a Ospa também exibe a palestra Notas de Concerto, às 16h. As duas transmissões ocorrem no YouTube da OSPA no sábado. Nesta edição, o escritor Milton Ribeiro comenta o repertório do dia, na Sala de Recitais da Casa da Ospa. “O Concerto nº 2 para Violoncelo e Orquestra, Op. 126 alterna passagens da maior tristeza com trechos bizarros e danças fantásticas. Já Pétrouchka, apesar de complexa para qualquer orquestra, é deliciosa de ouvir, com seus vários e atraentes temas”, destacou Ribeiro.

Em sua primeira apresentação junto à Ospa, a jovem Marina Martins, brasileira radicada na Suíça, interpreta o solo de Concerto nº 2 para Violoncelo e Orquestra, Op. 126, de Dmitri Shostakovich (1906–1975). Na época de sua estreia, em 1966, o compositor desfrutava de uma boa relação com o regime soviético. Entretanto, alguns críticos enxergam na natureza taciturna da obra o reflexo de um desespero contido, fruto de uma vida sob a opressão do governo. “A obra é extremamente impactante e densa, exige concentração enorme de todos os músicos e deixa o público sem fôlego”, explicou Marina. “O segundo concerto de Shostakovich para violoncelo não é tão popular quanto o primeiro, porém é muito mais profundo emocionalmente e envolve mais diálogos entre solista e orquestra”, disse a artista.

Após o intervalo, a Ospa executa Pétrouchka, um dos célebres balés escritos por Igor Stravinsky (1882–1971) para a companhia Ballets Russes, de Sergei Diaghilev. A obra estreou em 1911, trazendo o famoso bailarino Vaslav Nijínski na pele de um boneco típico russo que ganhava vida na história. Com a passagem do tempo, o radicalismo da obra foi assimilado pelas plateias, que a adotaram como uma favorita das salas de concerto de todo o mundo. Neste sábado, a Ospa interpreta a versão reduzida da obra, de 1947.

Luis Gorelik (regente – ARG)

Nascido em La Plata, Argentina, em 1963, Luis Gorelik formou-se com Pedro I. Calderón, na Argentina, e com Mendi Rodán, em Israel, onde se graduou com distinção na Academia Rubin de Música de Jerusalém. Desde 2010, é diretor artístico da Orquestra Sinfônica de Entre Ríos. Entre 2016 e 2018, foi diretor artístico da Orquestra Nacional Juan de Dios Filiberto. Iniciou a carreira em 1985 como maestro titular da Orquestra Filarmônica de Mendoza. Em 1988, radicou-se em Israel, onde cursou pós-graduação e foi convidado a reger as principais orquestras do país, como Filarmônica de Israel, Sinfônica de Jerusalém e Sinfonietta Beer Sheva. Em 2000, foi nomeado maestro titular da Orquestra Sinfônica de Concepción, no Chile, cargo que ocupou por sete temporadas. É regularmente convidado para as temporadas do Teatro Colón de Buenos Aires e da Orquestra Sinfônica Nacional da Argentina. Como regente de ópera e balé, atuou no Theatro Municipal de São Paulo, Teatro Nacional da Sérvia, Ópera Báltica de Gdansk (Polônia), Teatro Estatal de Saarbrucken (Alemanha), Teatro Municipal de Santiago do Chile, Sodre (Uruguai) e outros. Regeu a Sinfônica Nacional da Islândia, Orquestra Filarmônica da Unam, Sinfônica do Estado do México, Sinfônica Nacional da Macedônia e outras. É professor titular de Regência Orquestral da UNA (Universidade Nacional das Artes), em Buenos Aires.

Marina Martins (violoncelo – BRA)

Marina Martins, nascida em 1999, é um dos principais nomes da nova geração de músicos brasileiros. Em 2022, como parte do projeto Brasil em Concerto, em parceria com o selo Naxos e Itamaraty, Marina fez a primeira gravação comercial do Concerto para Violoncelo, de Claudio Santoro, com a Orquestra Filarmônica de Goiás e o regente Neil Thomson. Recebeu o Prêmio Exilarte Preis,na Áustria em 2021, o Concurso Jovens Solistas e a Medalha Eleazar de Carvalho em 2018, pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Marina venceu seu primeiro concurso aos oito anos de idade e, aos dezesseis, fez sua estreia como solista em Bristol, na Inglaterra. Desde então, vem se apresentando com orquestras e maestros de prestígio na Inglaterra, Suíça, Itália, França, Alemanha, Áustria, Estados Unidos, Canadá e Brasil. É entusiasta da música de câmara e já se apresentou com renomados artistas da Europa. Atualmente, cursa mestrado na Musik Akademie Basel e estuda música barroca na Schola Cantorum Basiliensis, na Basiléia, na Suíça. Marina se apresenta com um violoncelo de Giuseppe Guarneri “filius Andreae” ca. 1700.

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