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Alta de 48,6% na 47ª Expointer aponta para novo ciclo na pecuária de corte

Setor movimentou R$ 18,9 milhões durante a feira, encerrada no domingo

por Daiane Giesen
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Um dos resultados mais destacados da 47ª Expointer, encerrada neste domingo, 1º, foi o faturamento registrado pela pecuária. O setor apresentou um fechamento de R$ 18,9 milhões, representando, de acordo com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, um aumento de 48,6% em relação aos resultados de 2023. O crescimento nos negócios foi interpretado pelo presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, como a “antevéspera de uma retomada na pecuária de corte”.

“Possivelmente, nos próximos anos, de 2025 e 2026, teremos um patamar bem mais elevado do que o dos dias de hoje, com uma retomada importante de preços”, disse Gedeão Pereira.

O diretor administrativo da Federação, Francisco Schardong, apresentando números preliminares, destacou que a alta no faturamento ocorreu em contrapartida à queda no número de animais vendidos. Em 2023, foram 651. Em 2024, cerca de 500. “Vendemos 150 animais a menos, mas com maior valorização”, afirmou Schardong.

Queda mundial

De acordo com o presidente da Farsul, a queda nos negócios começou depois da epidemia de Covid-19. “Sucumbiu forte e rapidamente no mundo inteiro. Saímos de um boi a cinco dólares que veio parar em três dólares. Agora, já está anunciado uma retomada. O ciclo pecuário acontece no mundo inteiro. A carne bovina é uma commoditie de circulação mundial”, afirmou o presidente, salientando que “o Brasil é um grande fornecedor”.

Conforme o Itaú BBA, a previsão é de que o país encerre 2024 com uma produção de carne bovina inspecionada de 10,3 milhões de toneladas. Em 2023, foram nove milhões. O volume produzido é reflexo do ciclo iniciado no ano passado, com uma alta nos abates motivado por descarte de fêmeas. Este ciclo, no entanto, estaria próximo do encerramento, reduzindo a oferta e favorecendo a elevação dos preços. A análise é compartilhada por Gedeão e Itaú BBA.

“Apesar de o ano estar sendo de fortes abates no Brasil, começamos a observar uma redução da intensidade dos descartes de fêmeas. Ainda assim, o principal direcionador da virada de ciclo, o preço do bezerro, ainda segue desvalorizado”, disse o consultor Cesar Castro, em evento de Itaú BBA no início de agosto, em São Paulo.

Para Castro, uma provável reação do mercado de cria ocorrerá em 2025. Ele destacou que 2024 “foi o terceiro ano de aumento dos abates de fêmeas, de modo que, com a produção de crias contraindo, os preços deverão começar o processo de recuperação. Assim, fortalecendo o movimento de retenção de fêmeas e reduzindo o excesso de gado para abate”.

 

Fonte: Correio do Povo

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