A Medida Provisória que trará auxílio para as cooperativas rurais gaúchas terá como base uma nova linha de financiamento. A solução permitirá que as organizações possam tomar capital de baixo custo para saldar, de forma global, os débitos de custeio, investimento e comercialização.
“Cerca de R$ 2,8 bilhões foram financiados pelas cooperativas em 2022, 2023 e 2024. Vamos criar uma possibilidade para que elas acessem uma linha nos mesmos moldes do Fundo Social do Pré-Sal”, explica o ministro extraordinário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta.
O refinanciamento deve ser viabilizado pelo BNDES, terá carência de dois anos e prazo de oito anos.
“A ideia é que as cooperativas possam receber esse recurso e repassar o alongamento que terão no banco para os seus produtores. Seria uma ‘cédula mãe’, onde a cooperativa faria uma ‘cédula geral’ e, depois, faria uma ‘cédula filhote´ para que todos os seus associados acessem as mesmas condições”, afirma o presidente da Ocergs, Darci Hartmann.
Uma reunião prevista para o início desta semana, em Porto Alegre, deve tratar dos últimos detalhes da política de apoio. Além de lideranças cooperativistas e Pimenta, as tratativas envolvem os ministérios da Agricultura e da Fazenda. A projeção do ministro é que a publicação ocorra nos próximos dias. A expectativa de Hartmann é otimista.
“O produtor não está conseguindo realizar essa dívida. Por isso, precisamos fazer todo esse alongamento. Está bem encaminhado e temos uma expectativa bastante positiva”, destaca Hartmann. Os mesmos critérios devem ser adotados com cerealistas e revendas.
O endividamento das cooperativas corresponde a 30% do acumulado pela agropecuária gaúcha nos últimos anos. De acordo com Pimenta, outros 30% têm origem nas cerealistas e revendas e 10%, nos bancos.
Fonte: Correio do Povo