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Novo Plano Safra pode ter baixo volume de crédito

Agro

26 de junho de 2025

Novo Plano Safra pode ter baixo volume de crédito
Segundo o porta-voz da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Guilherme Rios, este ciclo da política pública deverá ser um dos mais difíceis das últimas décadas
Foto: Wenderson Araujo / Trilux / CNA / Divulgação

Com indicativo de ser anunciado no próximo dia 30 de junho pelo governo federal, o Plano Safra 2025/2026 é aguardado pelo setor agropecuário com inquietação. O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, diz que no topo dos receios da entidade está a quantidade de recursos que será prometida aos produtores, especialmente para a equalização dos juros, não acompanhar a taxa Selic e resultar em menos crédito disponível do que o ciclo anterior da política pública.

Segundo Joel, a confiança dos produtores gaúchos nos Plano Safra vem sendo minada por um conjunto de motivos. “A preocupação é com os recursos que serão colocados à disposição e o que efetivamente ficar acessível”, alertou. Conforme o presidente da Fetag-RS, um dos parâmetros que justificam a apreensão é o orçamento para a equalização no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) ser o mesmo do ano passado.

“Em 2024 tínhamos uma taxa Selic de 10% e esse ano nós temos de 15%, um aumento de 50% e o valor do recurso é o mesmo. Então já sabemos que se não houver uma suplementação de verbas para a equalização vamos ter menos recursos disponíveis para os produtores”, apontou.

Na sexta-feira, dia 20, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) congelou 42% do orçamento de 2025 do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Da dotação orçamentária aprovada, de R$ 1,060 bilhão, foram bloqueados R$ 354,6 milhões e contingenciados outros R$ 90,5 milhões. Carlos Joel destacou que a frustração com a política agrícola federal tem se intensificado entre os produtores do Rio Grande do Sul, que amargam prejuízos sucessivos com os reveses do clima.

De acordo com o porta-voz da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Guilherme Rios, com o bloqueio de recursos para o seguro rural e a decisão do governo federal de tributar investimentos privados para o agronegócio, como Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificados de Recebimento do Agronegócio (CRA) e as Cédulas de Produto Rural (CPR), o cenário de financiamento para o setor não é tranquilo.

“Este ciclo do Plano Safra deverá ser um dos mais difíceis das últimas décadas dado o aperto orçamentário, a taxa Selic a 15% e agora estas surpresas”, disse.

Rios complementa que parte dos recursos que financiam o produtor rural são do mercado privado, incluindo as cooperativas. “Então, a cada Plano Safra, a participação (da política pública) tem reduzido e os médios e grandes produtores já estão cientes de que necessitam buscar outras fontes, mas o pequeno ainda é muito dependente”, alertou.

Fonte: Correio do Povo