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Conflito entre Israel e Irã pressiona preços e encarece insumos para o agro brasileiro

Agro

23 de junho de 2025

Conflito entre Israel e Irã pressiona preços e encarece insumos para o agro brasileiro
O Irã é um grande produtor de amônia, que impacta diretamente na oferta mundial de nitrogenados
Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

A escalada do conflito entre Israel e Irã começou em 13 de junho, com ataques israelenses a instalações nucleares iranianas, e já gera reflexos diretos no agronegócio brasileiro. A guerra acende o alerta para a alta nos custos de produção, especialmente pela disparada no preço da ureia — um dos principais fertilizantes usados no campo.

Desde o início das tensões, o valor da ureia subiu 30% no mercado futuro. No Brasil, a alta acumulada já passa dos 20%, conforme aponta o consultor em inteligência no agronegócio, Carlos Cogo. O alerta é para quem ainda não garantiu os insumos da próxima safra. “Quem ainda não tinha feito compra para a safra de verão vai amargar um preço mais alto”, reforça Cogo.

Além da ureia, outros custos também estão sob pressão por causa do impacto geopolítico nos preços do petróleo e das commodities. O professor de economia e analista de mercado Argemiro Luís Brum, da Unijuí, afirma que o prolongamento da guerra pode encarecer ainda mais a produção agrícola.

“Esse conflito, por envolver o Irã — um dos grandes exportadores de petróleo —, tem potencial para elevar os custos de produção globalmente, inclusive no Brasil”, explica Brum.

Outro ponto de atenção está no Estreito de Ormuz, rota estratégica por onde passa cerca de 20% do petróleo comercializado mundialmente e outros produtos essenciais ao agro. “Se houver fechamento ou bloqueio dessa passagem, o prejuízo será ainda maior. Muitos insumos do setor primário transitam por essa rota”, alerta Brum.

Enquanto o cenário internacional segue instável, especialistas recomendam atenção redobrada na gestão de compras e planejamento financeiro para a próxima safra.