Agricultores gaúcho participam de tratoraço em Passo Fundo

A sexta-feira foi marcada por um grande tratoraço de agricultores, em Passo Fundo, no Norte do Estado. Vindo de diversas cidades da região em comboio, os produtores começaram a se movimentar já no início da manhã. Segundo os organizadores, mais de 500 tratores participaram da ação vindos de municípios como Marau, Vila Maria, Pontão, Coxilha e outros da região de Tio Hugo. “Tinha gente de Campos Borges, Espumoso, Victor Graeff, Soledade, Santo Antônio do Planalto, enfim de toda a região do Alto Jacuí”, relata o agricultor Mártin Alan Grahl, de Victor Graeff.

Em Passo Fundo a manifestação começou em frente ao trevo da caravela, na entrada da cidade. De onde foram em comboio até a frente da principal agência do Banco do Brasil. Após as falas de alguns agricultores sobre a situação atual no campo, retornaram por volta das 14h. “Não temos um número exato de participantes, até porque cada agricultor está vendo sua dificuldade de seguir na atividade e do jeito que está não dá mais. precisamos alongar investimentos, dívidas de custeio por mais tempo”, afirma Grahl.

Ele confirma que a bandeira das manifestações por todo Estado é a do Rio Grande do Sul. “O movimento que está ocorrendo em todo o Estado e que estou participando é apartidário, ou seja, sem a presença de políticos. Eles têm que nos ajudar nas negociações com o governo federal e não nas manifestações. Se aparecesse em iniciativas por esta poderiam desviar o foco do verdadeiro propósito das ações”, explica.

Grahl conta que é produtor rural desde que nasceu há 32 anos.” Meus pais e avós já produziam. Eu nunca tinha visto uma situação como a que estamos vivendo agora onde não temos somente a dificuldade com o clima, que é crucial e incontrolável. Temos o problema do alto custo da lavoura tanto para aquisição de máquinas como insumos que é o básico”, lamenta.

Ele completa que se os governos tanto o Estadual como o Federal não levarem a sério as manifestações, novas ações serão realizadas. “Todos agricultores lutam pela mesma pauta, mas as ações são tomadas em cada região. Não queremos nada de graça, estamos lutando por uma causa nobre que é poder continuar produzindo o alimento que vai para a cidade”, observa. Ele enfatiza que as máquinas são ferramentas de trabalho e que tem desgaste. “É como um carro, com a diferença que são são primordial para produzir, plantar e colher. sem eles não temos condições e cada vez menos as pessoas estão ficando no campo”, destaca. Para ele, a securitização é um alento, pois o êxodo rural é muito grande. ” O pessoal tá cansado, sem força pra lutar, sem rumo, o que fez com que o movimento ganhasse força. Estamos lutando por todo mundo sem divisão de classe econômica, todo mundo produz alimento”, destaca.

Além do tratoraço em Passo Fundo, a Polícia Rodoviária Federal registrou bloqueios, no sistema pare e siga, no sentido capital- interior no quilômetro 422, da BR 290. Na BR 386, em Frederico Westphalen o bloqueio foi total a cada 15 minutos no quilômetro 32.

Fonte: Correio do Povo