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Conab prevê queda de 8,9% na produção gaúcha de grãos

Agro, Agronegócio

16 de maio de 2025

Conab prevê queda de 8,9% na produção gaúcha de grãos
Oitavo levantamento da safra estima colheita de 33,5 milhões de toneladas no Estado
Foto: Luiz Henrique Magnante / Embrapa Divulgação

No oitavo levantamento da produção de grãos, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê uma queda de 8,9% na safra gaúcha de 2024/2025 em relação ao ciclo anterior. De acordo com o estudo, o Rio Grande do Sul deverá colher, no total, 33,5 milhões toneladas. Já a área plantada deve alcançar 10,4 milhões de hectares, um aumento de 0,4%. Apesar da retração, o Estado segue como o quarto maior produtor de grãos do país, atrás de Mato Grosso, Paraná e Goiás.

A redução na safra é, de acordo com Conab, consequência de condições climáticas desfavoráveis que impactaram principalmente a lavoura de soja, principal cultura agrícola gaúcha. A oleaginosa enfrenta um cenário contrastante nesta safra: mesmo com aumento de 1,3% na área plantada — estimada em 6,8 milhões de hectares, ou 87,9 mil hectares a mais —, a produção deve registrar queda de 27,3%. A estimativa de produtividade média foi revisada para 2.084 quilos por hectare.

“Registramos uma queda de 2% em relação ao mês anterior, com uma produção estimada 30% abaixo do que foi projetado no início da safra e aproximadamente 45% inferior ao potencial médio da cultura em condições ideais. Com isso, a expectativa para o Estado é de 14,3 milhões de toneladas de soja”, afirma o presidente da Conab, Edegar Pretto.

De acordo com o levantamento, as lavouras semeadas mais tardiamente ainda poderiam ter se recuperado e atingido melhores produtividades, mas a ausência de chuvas comprometeu esse cenário, resultando em perdas expressivas.

Desempenho do arroz

Na contramão da soja, o arroz apresenta desempenho positivo. A produção está estimada em 8,3 milhões de toneladas, um aumento de 15,9% em relação ao ciclo anterior. A área cultivada também cresceu, alcançando 951,9 mil hectares — alta de 5,7% na comparação com a safra passada.
O clima seco favoreceu o avanço da colheita, que já alcança 97% da área plantada. Conforme a Conab, a produtividade das lavouras colhidas até agora é considerada muito boa. O bom desempenho é atribuído ao plantio dentro do período ideal e às condições meteorológicas favoráveis, como alta radiação solar, essencial para o desenvolvimento da cultura.

Alta no milho

O Rio Grande do Sul também registrou aumento na produção de milho da primeira safra, que deve totalizar 5,5 milhões de toneladas — alta de 13,5% em relação ao ciclo anterior. O crescimento ocorreu mesmo com uma redução de 11,8% na área cultivada, estimada em 718,7 mil hectares. O Estado segue como o principal produtor nacional nessa etapa da safra.

Boa produtividade

Principal produtor nacional de trigo, o Rio Grande do Sul deve colher 4,1 milhões de toneladas na safra 2025, crescimento de 4,4% em relação ao ciclo anterior. O aumento é atribuído à expectativa de boa produtividade, com média estimada em 3.172 quilos por hectare, baseada em modelos estatísticos.
Apesar disso, a área plantada deve recuar 3,8%, totalizando cerca de 1,3 milhão de hectares. A redução está relacionada à rentabilidade da cultura neste momento, apesar do benefício para o sistema de produção (rotação de culturas com soja e boa palhada para cobertura do solo), boa liquidez do produto final, diluição do custo fixo e utilização do residual dos fertilizantes não utilizados pela soja durante o cultivo de verão.

Queda no feijão

A produção de feijão preto e de cores no Rio Grande do Sul está estimada em 67,6 mil toneladas, uma queda de 5,7% em relação ao ciclo anterior. A área cultivada recuou 17,3%, totalizando 40,1 mil hectares. O ciclo do feijão da primeira safra manteve-se dentro de uma estimativa favorável, com leve redução na área plantada e na produção em comparação à temporada 2023/24. No entanto, a partir do segundo ciclo, observou-se um recuo maior na atratividade do preço do feijão em relação a outras culturas de segunda safra, como o milho.

Diante desse cenário, as estimativas de área plantada para o feijão foram revisadas para baixo. Além disso, os meses de março e abril registraram maior irregularidade nas chuvas, fator que impactou negativamente a expectativa de produtividade, indicando um potencial produtivo mais limitado.

Fonte: Correio do Povo