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Primeira alta nos custos do leite é registrada em 2025

Agro

06 de maio de 2025

Primeira alta nos custos do leite é registrada em 2025
A alimentação do rebanho é o principal custo para o produtor de leite e o milho teve uma alta de 3,35% desde janeiro
Foto: Reprodução

A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) divulgou nesta terça-feira, dia 6, o primeiro resultado inflacionário do ano no Índice de Insumos para Produção de Leite Cru do Rio Grande do Sul (ILC). Conforme relatório do Departamento Econômico da entidade, a alta foi de 1,7% no mês de março. O avanço foi impulsionado principalmente pelo aumento nos preços de silagem, concentrado, sal mineral e energia elétrica.

De acordo com a Farsul, a valorização do real em fevereiro fez com que os fertilizantes caíssem 7% no período, o que não foi suficiente para contrapor o aumento nos outros itens da cesta. O preço do barril de petróleo, principal influência no preço dos combustíveis, teve queda de 4,6%, o que ainda não se refletiu no valor pago pelo combustível.

Essa alta também fez com que o acumulado do ano mudasse a trajetória de queda dos primeiros dois meses. No fechamento de março, a inflação acumulada no ano é de 1,29%, em linha com o IICP (também calculado pela assessoria econômica da Farsul), que apresenta alta de 1,76%.

O milho teve uma alta de 3,35% desde janeiro. Como a alimentação é o principal custo para o produtor de leite, o comportamento deste tipo de insumo é bastante relevante para o resultado.

No acumulado dos últimos 12 meses, o ILC aponta uma alta expressiva, de 22,95%. A análise individual dos componentes da cesta do ILC revela elevações significativas em todos os itens: fertilizantes (15,8%), silagem (35,1%), concentrado (22,7%), sal mineral (12,6%), combustíveis (9,9%) e energia elétrica (3,3%). Com exceção da energia elétrica, todos os insumos apresentaram variações acima das registradas pelo IPCA e pelo IPCA-Alimentos no mesmo período.

O relatório destaca que o cenário atual para o produtor é de alerta. A inflação tem sim influência do grupo de alimentos e energia elétrica, mas eles não são os únicos responsáveis. Existem fatores estruturais, como o desequilíbrio fiscal do país, que trazem um ambiente de custos persistentemente pressionados, o que exige que o produtor rural tenha atenção redobrada.

Para o mês de abril, espera-se uma queda no preço da soja e um leve aumento na cotação do milho. Em contrapartida, o cenário estável do câmbio e a desvalorização do petróleo devem puxar o preço de fertilizantes e combustíveis para baixo, abrindo espaço para um possível arrefecimento da inflação em abril.

Fonte: Correio do Povo