Após dois anos de estiagem, VBP do Rio Grande do Sul apresenta recuperação
08 de janeiro de 2025
Apesar das enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul em 2024 o Estado encerrará o ano com o melhor Valor Bruto de Produção (VBP) desde 2022 – quando o agronegócio gaúcho deu início a dois anos consecutivos de estiagem. O VBP calculado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), até novembro, mostra que a riqueza gerada pelo campo no penúltimo mês do ano passado somou R$ 105,68 bilhões. Já acima, portanto, dos R$ 94,34 bi de 2023 e dos R$ 94,02 bi de 2021.
O resultado de 2024 será positivo, ao menos em relação aos dois anos anteriores, graças especialmente aos resultados das lavouras. A quebra no cultivo de grãos, frutas e legumes causada pela crise hídrica que marcou 2022 e 2023 se refletiram em uma retração de cerca de 35% nos VBPs daqueles anos em relação aos R$ 92,3 bilhões de 2021, por exemplo – mais recente ano de um agronegócio livre de grandes intempéries.
A falta de água em 2022 e 2023 drenou o indicador para menos de R$ 60 bilhões em cada ano. Em 2024, o resultado das lavouras foi de R$ 70,7 bilhões, até novembro. Na pecuária, a riqueza gerada sofreu sempre menos oscilações, girando entre R$ R$ 37,5 bilhões (2021) e R$ 35 bilhões atualmente.
Principal lavoura semeada no Rio Grande do Sul, a soja não fechará o ano de 2024 com um grande avanço no Valor Bruto de Produção (VBP). Apesar da alta do dólar, a queda na cotação internacional da oleaginosa não permitiu que o Estado tirasse todo o proveito cambial esperado. Até novembro do ano passado o desempenho do grão girava em torno de R$ 37,8 bilhões, ante os R$ 31,7 bilhões agregados um ano antes.
Em 2024 o trigo, uma safra de inverno, acabou se sobressaindo expansão entre as principais culturas do Estado. Ao menos em relação ao ano de 2023, a expansão do VBP foi de mais de 60%, passando de R$ 3,61 bilhões para R$ 5,86 bilhões. Em relação ao ano de 2022, porém, a triticultura registrou grande retração na colaboração para o agronegócio gaúcho. Naquele ano, essa lavoura de inverno registrou um desempenho financeiro de R$ 9,75 bilhões, o que significa que o resultado de 2024 foi 39% menor.
Fonte: Correio do Povo