Produtor da região fala do preço e competitividade frente a produção vinda da Argentina e Uruguai

A importação crescente de leite, especialmente da Argentina e do Uruguai, está agravando a situação dos produtores de leite do Rio Grande do Sul e trazendo preocupação com a queda no preço do litro do leite. O Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Victor Graeff e produtor rural, Volnei Schreiner, abordou a queda nos preços devido à importação de leite.

Segundo ele, há relatos de uma redução de R$ 0,25 a R$ 0,50 por litro de leite, dependendo da empresa. Ele ressaltou que houve uma grande importação e criticou a falta de cuidado do governo em proteger a produção local. “Tradicionalmente, no mês de junho, o preço recebido pelos agricultores aumenta devido à transição para o período de inverno, mas desta vez houve uma queda antecipada que prejudica os produtores de leite”, destacou.

O presidente também expressou preocupação com a qualidade do leite importado. Ele destacou que o leite produzido pelos agricultores gaúchos precisa atender a padrões de qualidade rigorosos para ser coletado pelas empresas. No entanto, há o questionamento sobre se o leite importado está sendo submetido aos mesmos testes e análises para garantir essa qualidade.

Volnei ressaltou a importância de ter um padrão excelente na produção de leite nacional, com testes abrangentes realizados. “É necessário cumprir normas relacionadas à presença de proteínas e gorduras no leite, manter a qualidade tanto para o consumidor quanto para o produtor e para o bem-estar dos animais”, disse.

O produtor destaca ainda que a expectativa é que os preços do leite continuem caindo. Ele expressou preocupação com as notícias de redução anunciadas pelas próprias empresas para o próximo mês.

O setor leiteiro avalia que haverá um grande impacto, especialmente considerando o aumento do custo de produção e os prejuízos decorrentes da estiagem. Essa situação é preocupante, especialmente após uma safra frustrante de soja e milho, o que já afetou a produção leiteira. Volnei teme que os pequenos produtores de leite não consigam mais se sustentar e sejam forçados a abandonar a atividade, impactando sua subsistência.