O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), em entrevista ao Grupo Ceres de Comunicação, demonstrou preocupação com o atraso nas obras de reforma do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, que já se estendem por cinco meses. Segundo ele, há indícios de que a pista de pouso e decolagem só será reaberta no final de outubro, o que está gerando significativos prejuízos econômicos e logísticos ao estado. Sanderson afirmou ter procurado informações técnicas e que, segundo especialistas, a construção de uma pista do zero levaria em torno de seis meses, o que torna incompreensível a demora para a realização de reparos pontuais.
A preocupação do parlamentar aumentou após a publicação de uma matéria na revista Oeste, que levantou a possibilidade de um boicote do governo federal ao Rio Grande do Sul. Em resposta a essa suspeita, Sanderson, juntamente com o deputado federal Luciano Zucco (PL-RS) apresentaram uma representação ao Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar o caso. A representação, encaminhada em 28 de agosto, já foi protocolada e está sob relatoria do ministro Vital do Rêgo. O deputado espera que o TCU apure se há alguma motivação política por trás dos atrasos nas obras do aeroporto, que está sob concessão, mas é de propriedade da União.
Na entrevista, Sanderson destacou os impactos negativos da paralisação do aeroporto para a economia gaúcha, especialmente no setor de turismo. De acordo com ele, o sindicato dos hotéis e restaurantes da região das Hortênsias, que inclui cidades como Gramado e Canela, está alarmado com a queda no faturamento e as dificuldades para manter as operações. O aeroporto Salgado Filho é o principal ponto de acesso à Serra Gaúcha e ao estado, e sua inoperância tem afetado diretamente o turismo e outros setores produtivos.
O parlamentar também mencionou que o histórico de relacionamento entre o governo petista e o estado do Rio Grande do Sul não é favorável. Ele acusou o governo federal de omissão na ajuda às vítimas das enchentes que atingiram o estado recentemente, alegando que, em vez de oferecer soluções concretas, o governo tem direcionado a população e os empresários para os bancos, agravando ainda mais a situação.
Para Sanderson, o atraso nas obras do aeroporto é um exemplo de má gestão ou possível má-fé do governo federal, sugerindo que se trate de uma retaliação política ao estado, onde o partido governista não tem tradicionalmente um grande apoio eleitoral. Ele afirmou que, caso sejam comprovadas irregularidades, os responsáveis devem ser penalizados civil, criminal e administrativamente.
A representação ao TCU busca uma investigação profunda sobre a demora nas obras do Aeroporto Salgado Filho e a falta de ações efetivas para mitigar os danos causados pelas enchentes. Sanderson expressou confiança de que o TCU conduzirá uma investigação técnica e imparcial, trazendo à luz os verdadeiros motivos por trás da demora nas obras e responsabilizando aqueles que tiverem contribuído para os prejuízos sofridos pela população gaúcha.
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