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Conselho Tutelar de Não-Me-Toque: capacitação e desafios no atendimento à comunidade

por Daiane Giesen
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Em entrevista concedida ao Grupo Ceres de Comunicação, a coordenadora do Conselho Tutelar de Não-Me-Toque, Livania de Oliveira, e a secretária Luciane Juchen discutiram a importância da formação continuada dos conselheiros tutelares. A iniciativa tem como objetivo garantir que os profissionais estejam preparados para enfrentar os desafios diários no atendimento à criança e ao adolescente.

Livania explicou que a responsável pelo curso de capacitação é uma ex-conselheira tutelar que acumulou vasta experiência em diversas áreas relacionadas ao atendimento infantil e juvenil. Ela destacou que essa profissional oferece suporte mensal aos conselhos tutelares, não apenas em Não-Me-Toque, mas também em outras localidades. “A lei muda muito, e quando se trata de criança e adolescente, é preciso estar atualizado com as normas vigentes”, afirmou Livania, ressaltando a importância de se ter conhecimento exato das leis para um trabalho eficaz.

Durante a entrevista, Luciane Juchen detalhou como as aulas abordam as atribuições do Conselho Tutelar e a forma correta de atender as famílias. Segundo ela, a pauta do curso inclui o que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) determina, e como o Conselho deve operar em parceria com a rede de proteção, que inclui promotores e juízes. “Existe uma distorção na comunidade sobre a função do Conselho Tutelar, como a ideia de que o Conselho tem poder de retirar crianças dos pais ou de educá-las”, explicou Luciana. “Nosso papel é apoiar as famílias, não substituí-las”, completou.

As conselheiras destacaram ainda a importância do papel dos pais na educação dos filhos, enfatizando que a autoridade familiar deve prevalecer. “Hoje, a influência externa, como o uso de celulares, compete diretamente com a educação familiar”, disse Livania. Ela também mencionou a nova ferramenta de busca ativa para alunos infrequentes nas escolas, um sistema que visa garantir a presença dos alunos nas aulas.

Outro ponto abordado foi a questão do respeito, tanto em casa quanto na sociedade. Livania enfatizou que o respeito deve ser uma constante, desde a infância até a vida adulta. Ela reforçou que a responsabilidade dos pais em acompanhar a vida escolar dos filhos é essencial e que o uso da tecnologia deve ser direcionado para o aprendizado e o desenvolvimento positivo das crianças.

As conselheiras também mencionaram os principais casos atendidos pelo Conselho Tutelar, como a infrequência escolar, adolescentes em situações de risco fora do horário escolar, e a inclusão de crianças com deficiências, especialmente no que diz respeito ao autismo. Além disso, elas apontaram a violência doméstica e a manipulação psicológica de crianças em casos de separação dos pais como desafios contínuos. “Os casos de violência psicológica deixam sequelas profundas nas crianças, e muitas vezes poderiam ser evitados com uma postura mais colaborativa entre os pais”, concluiu Livania.

A entrevista revelou a complexidade do trabalho do Conselho Tutelar e a necessidade constante de capacitação dos conselheiros para enfrentar as mudanças legais e os desafios sociais na proteção das crianças e adolescentes.

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