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Brasil registra um homicídio a cada 11 minutos; subnotificação aumenta alerta

por Daiane Giesen
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Nesta terça-feira (18), o Atlas da Violência 2022, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), trouxe à tona dados preocupantes e reveladores sobre a violência no Brasil. O levantamento aponta que o país registrou 46.409 homicídios em 2022, o que significa que, em média, uma pessoa foi assassinada a cada 11 minutos e meio.

No entanto, especialistas alertam para uma possível subnotificação. Segundo o relatório, muitos óbitos são classificados como Morte Violenta por Causa Indeterminada, o que pode mascarar a real extensão do problema. Quando se considera essa subnotificação, estima-se que o número de homicídios no Brasil em 2022 seja de 52.391, elevando a frequência dos assassinatos para um a cada dez minutos.

A taxa de homicídios registrados oficialmente foi de 21,7 por 100 mil habitantes em 2022, mostrando uma queda pelo segundo ano consecutivo. Em 2020, a taxa era de 23,6, e em 2021, de 22,5 por 100 mil habitantes. Essa redução, apesar de significativa, ainda coloca o Brasil entre os países mais violentos do mundo.

Os estados do Nordeste e Norte do país lideram as estatísticas de homicídios. A Bahia apresenta a maior taxa, com 45,1 homicídios por 100 mil habitantes, seguida pelo Amazonas (42,5) e pelo Amapá (40,5). Esses números são alarmantes e refletem a complexa realidade de violência nessas regiões, muitas vezes associada ao tráfico de drogas e à desigualdade social.

Em contraste, as menores taxas foram observadas em São Paulo (6,8), Santa Catarina (9,1) e Distrito Federal (11,4). São Paulo, o estado mais populoso do país, continua sendo um exemplo de políticas públicas eficazes na redução da criminalidade, embora os desafios permaneçam.

Para Samira Bueno, diretora-executiva do FBSP, a subnotificação é um problema crônico que precisa ser enfrentado com urgência. “É fundamental aprimorar a qualidade das investigações e do registro das mortes violentas. Só assim poderemos ter uma imagem mais precisa da violência no país e desenvolver políticas públicas mais eficazes para combatê-la”, afirma.

O Atlas da Violência também destaca a importância de ações integradas entre os governos federal, estaduais e municipais para enfrentar a violência de forma abrangente. Investimentos em educação, saúde, habitação e oportunidades de emprego são apontados como essenciais para a construção de uma sociedade mais segura e justa.

Enquanto o Brasil segue buscando soluções para reduzir a violência, os dados do Atlas da Violência 2022 servem como um alerta e um chamado à ação. É imperativo que as autoridades e a sociedade civil trabalhem juntas para enfrentar esse desafio e garantir um futuro mais seguro para todos os brasileiros.

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