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Milei diz que 30% de inflação em dezembro de 2023 seria “conquista fenomenal”

por Daiane Giesen
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O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou que se a inflação de dezembro na Argentina for de 30%, será uma “conquista fenomenal”. O índice do último mês de 2023 será divulgado pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina na próxima quinta-feira (11).

“Se você observar como vinham os números da primeira e da segunda semanas de dezembro, que posicionavam a dinâmica inflacionária em 45% mensais, 30% [de inflação] significa que estamos fazendo um trabalho enorme”, disse em entrevista no domingo (7) a uma rádio argentina.

Ainda segundo o chefe de Estado, “30% seria uma conquista fenomenal, conseguimos abater um terço da inflação em um mês e, na dinâmica anual, diminuímos em dois terços”. Milei admitiu, porém, que o nível ainda representaria um “desastre inflacionário”.

Segundo consultorias econômicas, a previsão é de um índice de inflação inferior a 30% na Argentina. A consultoria de economia Ecogo estima que o nível para dezembro tenha atingido 29,4%, acumulando 222,8% nos últimos 12 meses.

Já a consultoria LCG calcula um Índice de Preços ao Consumidor (IPC) médio de 28%, com um acumulado de 218%; e a Ecolatina projeta 24,5% para o último mês de 2023, somando 210% de inflação anual.

“Em nenhum momento projetamos uma inflação de 45% para dezembro, nem no nosso cenário pessimista chegávamos a projetar esse nível tão elevado. Acredito que seja uma estratégia política do Milei, não com uma sustentação econômica por trás”, diz Santiago Manoukian, chefe de Research da consultoria Ecolatina.

Para o especialista, tanto este índice como a alegação de Milei de que teria “herdado” uma inflação de 15.000% anuais do governo anterior “são parte de uma estratégia de comunicação que Milei tenta levar a cabo”.

“Ele sabe que as medidas que ele está tomando terão, no curto prazo, um impacto muito importante em nível socioeconômico e sobre a atividade econômica, e terá que ir compensando com outras medidas mais simbólicas ou pelo lado comunicacional para manter a competitividade de sua imagem política”, explica Manoukian.

Somente na capital argentina, a inflação de dezembro fechou em 21,1% e a anual de 2023 em 198,4%, segundo dados oficiais.

O índice mensal da cidade de Buenos Aires foi puxado pelos aumentos dos alimentos e bebidas sem álcool, e de transporte, que chegaram a 30,4%. Quando considerados somente alimentos e bebidas sem álcool, a disparada acumulada de preços chegou a 241,3% na cidade.

Fonte: CNN

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