Os agricultores gaúchos subiram o tom das manifestações públicas por socorro imediato ao setor no final da manhã desta terça-feira, 13, em Brasília. Em participação na audiência pública da Comissão Externa da Câmara dos Deputados, coordenadores do movimento SOS Agro RS cobraram urgência para resolver o endividamento acumulado desde 2021 e explicaram porque o decreto 12.138 não resolve o “flagelo” em que está o setor no RS.
“O decreto prevê anistia de R$ 120 mil por mutuário, mas um trator do Mais Alimentos custa R$ 280 mil. Como o produtor vai conseguir pagar esse trator que foi levado pela água?”, destacou Lucas Scheffer, um dos coordenadores do SOS Agro RS.
Filha de pequenos produtores rurais, a agricultora do SOS Agro RS Luciane Agazzi disse que não se enquadra entre os beneficiados pelo decreto, visto que acionou o Proagro após as enchentes.
“Eu tenho Proagro. De R$ 180 mil, sobrou R$ 140 mil para eu pagar porque o Proagro deu todos os jeitos de negar a cobertura das minhas lavouras. Como vou pagar minhas contas? Onde está o Ministério Público Federal para intervir por nós? Onde está a CNA? Estamos em flagelo. Isso é omissão de socorro. Isso é crime!”, exclamou ela, emocionada.
Outra coordenadora do SOS Agro RS, Graziele de Camargo, subiu à mesa diretiva para falar e ressaltou que, até agora, as mobilizações foram ordeiras e pacíficas. No entanto, alertou que o setor irá parar a partir de amanhã.
“A gente quer urgência, ação, efetividade. Precisamos reconstruir o RS e o agro faz parte disso. Colocamos 40% do PIB no Estado. Agora, se não tiver solução amanhã, o agro vai parar. E quem vai ser responsável pela segunda maior tragédia do RS?”, questionou Graziele.
Grupo participa de reunião com ministro da Agricultura
O grupo integrará comitiva que, nesta tarde, será recebida pelo ministro da Agricultura Carlos Fávaro, em Brasília. A reunião contará também com integrantes da bancada gaúcha no Planalto e representantes das principais entidades ligadas ao agro gaúcho.
Fávaro participou da audiência pública por vídeo. Em seu pronunciamento, garantiu prorrogação da moratória para as dívidas rurais do RS até 15 de setembro. Na ocasião, também anunciou encaminhamento de um projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) que retira as restrições bancárias dos produtores negativados.
Fonte: Correio do Povo