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Uma pessoa é estuprada a cada 6 minutos no Brasil, e 62% das vítimas têm até 13 anos

por Daiane Giesen
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Em 2023, o Brasil registrou um recorde de quase 84 mil casos de estupro e estupro de vulneráveis, um aumento de 6,5% em relação ao ano anterior, conforme dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) nesta quinta-feira (18). De acordo com o levantamento, uma pessoa é vítima do crime a cada seis minutos. Desde 2011, os casos quase duplicaram, passando de 44 mil ocorrências para um crescimento de 91,5% no ano passado.

Perfil das Vítimas e dos Agressores

O estudo aponta que a maioria das vítimas é composta por meninas (88,2%), negras (52,2%), e com idade máxima de 13 anos (61,6%). Em 84,7% dos casos, os agressores são familiares ou conhecidos, e a violência ocorre predominantemente nas residências das vítimas (61,7%). Vítimas de até 17 anos representam 77,6% dos registros.

Locais de Ocorrência da Violência

  • Residência: 61,7%
  • Via pública: 12,9%
  • Área rural: 2,5%
  • Sítios e fazendas: 1,1%
  • Estabelecimento comercial/financeiro: 2%
  • Hospital: 1,4%
  • Outros: 18,4%

Taxas de Estupro por Estado e Município

A taxa média nacional de estupros e estupros de vulnerável foi de 41,4 por 100 mil habitantes. Os estados com as maiores taxas são:

  • Roraima: 112,5
  • Rondônia: 107,8
  • Acre: 106,9
  • Mato Grosso do Sul: 94,4
  • Amapá: 91,7

Entre os municípios, os que registraram as maiores taxas são:

  • Sorriso (MT): 113,9
  • Porto Velho (RO): 113,6
  • Boa Vista (RR): 101,5
  • Itaituba (PA): 100,6
  • Dourados (MS): 98,6

Estupro de Vulnerável

O relatório detalha que 76% das ocorrências em 2023 correspondem ao crime de estupro de vulnerável, definido pela legislação brasileira como a prática de conjunção carnal ou ato libidinoso com vítimas menores de 14 anos ou incapazes de consentir por motivos como deficiência ou enfermidade. A taxa de vitimização entre crianças e adolescentes de 10 a 13 anos foi de 233,9 casos por 100 mil habitantes, quase seis vezes superior à média nacional. Para bebês e crianças de 0 a 4 anos, a taxa foi de 68,7 casos por 100 mil habitantes, 1,6 vezes superior à média no país.

Disparidades por Gênero

Meninas são mais frequentemente vítimas, com uma taxa de 67,6 por 100 mil, seis vezes superior à média entre meninos. Nos casos de meninos, a maior incidência ocorre entre os 4 e 6 anos de idade e diminui à medida que se aproxima da vida adulta.

O relatório do FBSP destaca a urgência de políticas públicas efetivas para a prevenção e combate aos crimes sexuais no Brasil.

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