Mesmo com a redução das águas no Rio Grande do Sul, a situação ainda requer uma série de cuidados para garantir a segurança e a saúde da população afetada pelas enchentes. O Ministério da Saúde enfatiza a necessidade de atenção durante a limpeza de casas e áreas atingidas, bem como na remoção de entulhos.
A principal preocupação é evitar doenças e acidentes, que podem ocorrer devido à contaminação da água e dos alimentos, à presença de animais peçonhentos e aos riscos elétricos. A higiene pessoal e do ambiente é fundamental para prevenir surtos de doenças.
A água contaminada é um dos maiores riscos após enchentes, podendo propagar doenças como diarreia, cólera, febre tifoide, hepatite A, giardíase, amebíase, verminoses e leptospirose. O Ministério recomenda não consumir alimentos que tenham tido contato com a água da inundação ou lama, incluindo alimentos embalados, enlatados ou perecíveis como frutas, legumes e verduras. Para garantir que a água seja segura para consumo, deve-se filtrar e desinfectar: usar filtros domésticos, coadores de papel ou panos limpos para filtrar a água; adicionar duas gotas de hipoclorito de sódio a 2,5% (água sanitária) por litro de água, misturar bem e aguardar 30 minutos antes de consumir. Caso não tenha hipoclorito de sódio, ferva a água por cinco minutos após o início da fervura e deixe esfriar antes de consumir.
Em relação aos alimentos, é essencial higienizá-los corretamente e armazená-los adequadamente, uma vez que alimentos manipulados e armazenados de forma inadequada podem transmitir doenças. O Ministério orienta descartar qualquer alimento que tenha tido contato com a água da enchente, incluindo embalagens seladas que possam parecer intactas. Não consuma alimentos embalados que tenham sido submersos, incluindo latas de metal herméticas que estejam danificadas, amassadas ou enferrujadas, e lave cuidadosamente todos os utensílios de cozinha e superfícies com água limpa e sabão antes de usar.
Evitar o contato da pele com a água contaminada é crucial para prevenir doenças como a leptospirose, causada por uma bactéria presente na urina de roedores, e o tétano, que pode ocorrer através de ferimentos causados por objetos contaminados. Mantenha as vacinas em dia e use luvas e botas ao manusear destroços para evitar lesões.
Quando as águas das enchentes começam a baixar, animais peçonhentos como escorpiões, cobras e aranhas procuram abrigo em locais secos, aumentando o risco de acidentes. Evite tocar nesses animais, mesmo que pareçam mortos, e entre em contato com autoridades competentes para a remoção segura.
Além disso, a presença de água condutiva aumenta o risco de choques elétricos. Se houver qualquer sinal de eletricidade em áreas inundadas, mantenha distância e informe as autoridades. Evite áreas alagadas com eletricidade exposta e, se necessário, desligue a energia elétrica de residências.
Por fim, o Ministério da Saúde pede que a população afetada pelas enchentes no Rio Grande do Sul mantenha sempre à mão os números de emergência para rápida assistência: Bombeiros (193), SAMU (192) e Defesa Civil (199). Esses cuidados são essenciais para proteger a saúde e a segurança das pessoas afetadas pelas enchentes.