Apelidado de “Cometa do Século”, o oficialmente denominado C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) terá sua máxima aproximação no próximo dia 13, de acordo com o Observatório Nacional (ON), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Durante os meses de agosto até a última semana de setembro, o cometa, visível em todo o país, esteve ofuscado pelo brilho do Sol, devido à sua proximidade aparente da estrela, chamada de elongação.
Segundo o ON, pessoas que perderam este momento de observação poderão usufruir de mais um, entre os dias 7 e 11 de outubro, após o pôr do sol, no horizonte oeste. Na primeira aparição, a visualização foi possível durante o amanhecer. A visualização a olho nu, no entanto, poderá ficar comprometida, por isso, os técnicos do observatório recomendam sua visão com o uso de binóculos ou telescópios.
“A maior dificuldade será encontrar um local com o horizonte oeste desobstruído, pois o cometa estará baixo no céu, a uma altura de até 30 graus”, afirmou o pós-doutor do Observatório Nacional, Filipe Monteiro. Outro agravante pode ser a fumaça das queimadas, que ofusca o céu, deixando-o com aspecto nublado. Cometas são remanescentes da formação do sistema solar. São objetos compostos por poeira, rocha e diferentes tipos de gelo, e podem variar em tamanho, desde alguns quilômetros de diâmetro até dezenas deles.
“À medida que se aproximam do Sol, os cometas aquecem e liberam gases e poeira, formando suas caudas brilhantes”, disse Monteiro. A descoberta do C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) ocorreu em janeiro de 2023, por técnicos do Observatório Astronômico Zijinshan, na China, e é estimado que seu núcleo tenha dez quilômetros de diâmetro, e sua cauda se estenda por mais de 6,9 milhões de quilômetros.
Na máxima aproximação, estima-se que a distância do cometa em relação ao planeta seja de 70,7 milhões de quilômetros, correspondente a 0,47 unidades astronômicas (AU), ou seja, cerca de 47% da distância entre a Terra e o Sol. Em outubro, o trânsito do C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) será pelas constelações da Serpente e Ofiúco. O apelido de “Cometa do Século”, segundo o ON, ocorre porque seu brilho é comparável ao Hale-Bopp, cometa a atingir magnitude semelhante em 1997, sendo este um dos mais brilhantes do século XX.
Fonte: Correio do Povo