Foi deflagrada, nesta quarta-feira, a nova fase da Operação Irmandade. Cerca de 80 policiais civis integraram as diligências no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e no Paraná. De acordo com a Polícia Civil, os alvos teria movimentado, ao longo de quase quatro anos, mais de R$ 30 milhões oriundos do tráfico de drogas e armas. Três homens foram detidos.
Essa foi a quarta fase da ofensiva, que vigora desde maio de 2021, sob comando da Delegacia de Repressão a Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc). A missão tem sido desarticular núcleos financeiros de uma facção com base no Vale do Sinos, mas que também tem ramificações estado afora, além de nutrir laços com o criminosos do Primeiro Comando da Capital (PCC) espalhados pelo Brasil e por outros países da América do Sul.
Houve o cumprimento de 41 medidas cautelares, entre prisões, mandados de busca e indisponibilidade de contas bancárias e ativos financeiros. As ações ocorreram na Capital, Esteio, São Leopoldo, Alvorada, Charqueadas, Imbé, Caxias do Sul, Bagé, Ijuí, Santo Ângelo, Erechim, Viadutos, Dois Lajeados, Palhoça (SC) e Cascavel (PR).
A mais recente etapa da Operação Irmandade decorre da descoberta de novos operadores financeiros ligados ao grupo criminoso. Os principais investigados são um casal que teria movimentado quase R$ 6,8 milhões para a facção. Nesta manhã, o homem foi preso preventivamente em Alvorada, na região Metropolitana,
Outro suspeito de gerir as finanças da quadrilha foi detido em Caxias do Sul, na Serra gaúcha. Um terceiro homem foi preso em flagrante, por porte ilegal de arma de fogo, em Ijuí, na região Noroeste.
De acordo com a investigação, operadores financeiros seriam os responsáveis por receber e gerenciar valores milionários, vindos de várias regiões do interior gaúcho, Santa Catarina e Paraná. Os valores, oriundos da distribuição de entorpecentes, eram ocultados mediante informações falsas às instituições bancárias e criação de empresas de fachada.
O modus operandi dos criminosos incluía, além de dissimulações no sistema financeiro, a ocultação de imóveis, veículos de luxo em nome de laranjas, retirada de ativos apreendidos em delegacias mediante fraude, uma rede de procurações dissimuladas, contratos ideologicamente falsos, entre outras condutas sofisticadas de lavagem de capitais.
Somado todas as quatro fases da Operação Irmandade, foram implementadas mais de 450 medidas cautelares investigativas e de restrição, entre afastamentos de sigilos bancários, fiscais, financeiros, telemáticos, mandados de busca, prisões preventivas. O total acumulado com sequestros e indisponibilidade de bens e imóveis no Rio Grande do Sul e Santa Catarina ultrapassa R$ 10,5 milhões.
Fonte: Correio do Povo