Em 2022, a Amazônia consolidou sua posição como o bioma com a maior extensão de pastagens no Brasil, superando o Cerrado pelo segundo ano consecutivo, conforme relatado pelo MapBiomas, uma rede que faz parte do Observatório do Clima e é composta por ONGs, universidades e empresas.
No ano anterior, em 2021, a Amazônia já havia ultrapassado o Cerrado em 2,1 milhões de hectares em termos de área de pastagem, marcando a primeira vez em que essa mudança ocorreu. Essa diferença triplicou em apenas um ano, e atualmente, o bioma da região Norte lidera com uma vantagem de 6,3 milhões de hectares sobre o Centro-Oeste.
É importante destacar que nem todos esses hectares de terra são usados para a criação de gado, apesar da expansão das pastagens na Amazônia. A coordenadora científica do MapBiomas, Júlia Shimbo, explicou que muitas dessas áreas não são produtivas e são convertidas para fins de especulação imobiliária, e posteriormente, algumas até para a agricultura.
Na Amazônia, 45,3% das pastagens registradas em 2022 são áreas recém-abertas, com menos de 20 anos de existência, tornando-se o bioma brasileiro com a maior extensão de pastagens recentemente estabelecidas. Além disso, a cultura da soja, que tinha pouca expressão em 1985, ocupou mais de 5,7 milhões de hectares no ano passado. A área total de agricultura na região atingiu 7,2 milhões de hectares, praticamente o dobro do que era há uma década.
Apesar de o Cerrado corresponder a 48% de toda a área plantada com soja no Brasil e ter aproximadamente 3,3 vezes mais área plantada com soja do que a Amazônia, ele ainda mantém uma extensão de pastagem duas vezes maior do que a área destinada à agricultura.