Jarico destaca trabalho da temporada e mira 2026 histórico na ACBF
17 de dezembro de 2025
O coordenador técnico e supervisor da ACBF, Jari da Rocha (Jarico), avaliou a temporada 2025, marcada por desafios dentro e fora de quadra, e projetou um 2026 especial, ano em que o clube completa 50 anos de história. Em entrevista ao Grupo Ceres de Comunicação, ele falou sobre aprendizados, reformulação do elenco, fortalecimento da base e o cenário do futsal regional e nacional.
Segundo Jarico, o primeiro ano na nova função foi de intenso aprendizado. Apesar da experiência prática na supervisão, ele destacou a necessidade de evoluir em aspectos teóricos e administrativos. O início da temporada foi turbulento, com troca de treinador, ajustes no elenco e negociações delicadas com atletas, o que impactou diretamente o ambiente interno da equipe.
Na avaliação do dirigente, a campanha na Liga Nacional ficou abaixo do esperado. Mesmo com uma longa sequência de jogos sem derrota, o alto número de empates impediu a ACBF de brigar pelas primeiras posições. Além disso, lesões importantes, como as de Mithyuê e Murilo, limitaram o desempenho do time ao longo da competição.
Por outro lado, Jarico ressaltou as conquistas da Copa RS e da Série Ouro como pontos positivos do ano. Os títulos garantiram a manutenção da hegemonia estadual e a classificação para competições nacionais, o que, na avaliação dele, foi fundamental para o clube.
O planejamento para 2026 já está definido e, conforme Jarico, será bem diferente do ano anterior. A equipe terá uma pré-temporada mais longa e estruturada, com foco em evitar erros cometidos em 2025. O ano também será simbólico, já que marca os 50 anos da ACBF, com Clóvis Tramontina na presidência e Ildo Paludo, à frente do conselho, ambas figuras históricas do clube.
Sobre o elenco, Jarico explicou que a ideia inicial era promover uma grande renovação, mas o futsal é dinâmico e alguns atletas acabaram permanecendo pelo rendimento apresentado. A ACBF já confirmou contratações importantes e deve anunciar oficialmente dois nomes de grande peso no futsal nacional, com o objetivo de resgatar o DNA vencedor do clube.
A categoria de base é tratada como prioridade no projeto. O sub-20 trabalha com a mesma metodologia da equipe adulta, treinando em dois períodos. A diretoria também avançou na renovação de contratos de jovens atletas e na promoção de talentos ao grupo principal. A meta é que, a médio prazo, o elenco profissional conte com seis ou sete jogadores formados no clube.
O calendário de 2026 será intenso. A apresentação do grupo está marcada para 14 de janeiro, seguida por torneios preparatórios, a comemoração do aniversário do clube em 1º de março e a disputa da Série Ouro e da Liga Nacional. A participação na Libertadores está praticamente confirmada, restando apenas a oficialização por parte da Conmebol.
Ao falar sobre o futsal gaúcho, Jarico destacou a disparidade entre as equipes e a falta de união entre as entidades que organizam as competições. Para ele, vaidades e divergências políticas acabam prejudicando o crescimento do esporte.
No cenário regional, Jarico avaliou positivamente a temporada da Cercesa, mas lamentou a falta de apoio e a divisão de forças em Carazinho. Na visão dele, uma união maior poderia fortalecer o futsal adulto, mantendo os clubes focados na base.
O dirigente também comentou sobre os altos custos para manter uma equipe competitiva. Segundo ele, um time regional precisa investir entre R$ 50 mil e R$ 60 mil por mês, considerando salários, viagens e estrutura, o que torna o patrocínio essencial para a sobrevivência dos projetos.
Por fim, Jarico destacou o trabalho desenvolvido pela Futsal Academy, projeto voltado à formação técnica de crianças e adolescentes no Ginásio João Marek. A iniciativa busca suprir a falta de treinos diários nos clubes e tem recebido retorno positivo de pais e atletas, consolidando-se como um espaço de desenvolvimento e inclusão esportiva.
Confira na íntegra a entrevista: