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Secretaria da Educação do RS pesquisa impactos da proibição do uso de celulares nas escolas

Educação

05 de dezembro de 2025

Secretaria da Educação do RS pesquisa impactos da proibição do uso de celulares nas escolas
A lei que proíbe o uso de celular dentro das escolas pelos alunos foi sancionada em janeiro deste ano.
Foto: Arquivo/EBC

O governo gaúcho, por meio da Secretaria da Educação (Seduc), realiza, até este domingo (7), uma pesquisa junto a equipes diretivas, professores e estudantes da Rede Estadual de ensino com o objetivo de identificar os impactos das ações que restringem o uso de celulares em sala de aula.

Enviada para o e-mail institucional dos profissionais da educação e para os estudantes, a pesquisa busca compreender possíveis influências da medida no ambiente escolar, no aprendizado e na rotina dos alunos e das escolas.

Além disso, a pesquisa também aborda a percepção sobre o processo de entrega e uso dos uniformes escolares nas instituições de ensino.

A lei que proíbe o uso de celular dentro das escolas pelos alunos foi sancionada em janeiro de 2025 após aprovação no Congresso Nacional. Divulgada em 7 de fevereiro, a portaria Seduc 128/2025 orienta sobre a implementação da Lei 15.100/2025 nas escolas da Rede Estadual.

As diretrizes foram publicadas no Diário Oficial do Estado e entraram em vigor nas 2.320 escolas estaduais. Conforme a portaria, o uso de celulares e de dispositivos eletrônicos passou a ser vedado em todas as escolas estaduais durante aulas, intervalos, recreios e atividades escolares.

As exceções envolvem momentos em que haja uma intencionalidade pedagógica, ou seja, em atividades planejadas e supervisionadas pelos professores, além de casos que demandam os aparelhos para fins de acessibilidade ou inclusão.

Também é permitido o uso para atender casos de saúde dos estudantes, desde que devidamente justificados e comunicados à escola.

Dados nacionais

Mais de 80% dos estudantes brasileiros afirmam que têm prestado mais atenção nas aulas depois da restrição ao uso de celulares em salas de aula.

A percepção de impacto positivo é maior nos anos iniciais do Ensino Fundamental I, com 88% afirmando prestar mais atenção nas aulas. No Ensino Médio, 70% disseram perceber mudanças para melhor sem os celulares.

Os dados fazem parte de pesquisa divulgada em setembro pela Frente Parlamentar Mista da Educação, em parceria com o Equidade.info, iniciativa do Lemann Center da Stanford Graduate School of Education.

O estudo mostra, também, que 77% dos gestores e 65% dos professores relataram diminuição do bullying virtual dentro das escolas. Entre os alunos, entretanto, apenas 41% afirmaram sentir essa mudança, o que sugere que parte dos conflitos pode não estar sendo reportado pelos estudantes ou percebido por professores e gestores escolares.

Segundo os dados do levantamento, 44% dos alunos disseram sentir mais tédio durante os intervalos e os recreios. Esses números são mais elevados entre estudantes do Ensino Fundamental I (47%) e do período matutino (46%). Além disso, 49% dos professores relataram aumento de ansiedade entre os alunos com a ausência do uso do celular.

Em relação ao comportamento dos estudantes, o Nordeste aparece como destaque positivo, representando 87% dos avanços. O Centro-Oeste e o Sudeste são as regiões com o menor índice de melhora no ambiente escolar, com 82% indicando que a eficácia das medidas tende a variar segundo fatores regionais.

O estudo ouviu 2.840 alunos, 348 professores e 201 gestores em escolas públicas municipais, estaduais e privadas de todas as regiões do País, entre maio e julho deste ano.

Fonte: Redação O Sul