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Setor do arroz busca desoneração das exportações para enfrentar crise do arroz

Agronegócio

28 de novembro de 2025

Setor do arroz busca desoneração das exportações para enfrentar crise do arroz
Audiência debateu o cenário marcado por estoques elevados, preços abaixo do mínimo e desafios crescentes de competitividade
Foto : Érika Ferraz / Divulgação

A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) participou na quinta-feira, 27, de audiência pública híbrida para “debater a proposta que desonera a exportação de arroz do pagamento da CDO” do deputado Felipe Camozzato.

O encontro reuniu entidades, produtores e representantes do setor para analisar o cenário atual, marcado por estoques elevados, preços abaixo do mínimo e desafios crescentes de competitividade.

Durante a reunião, foram apresentados dados que evidenciam a conjuntura crítica. O Brasil entrou na colheita de 2025 com aproximadamente 500 mil toneladas de arroz em casca em estoque. Para 2026, a projeção é de que o volume nacional ultrapasse 2 milhões de toneladas, enquanto o Mercosul pode alcançar 3 milhões.

A combinação de estoques altos, crédito restrito e queda acentuada das cotações tem pressionado a renda dos produtores, especialmente na metade sul do Estado.
O presidente da Federarroz, Denis Dias Nunes, avaliou a audiência como um passo importante antes das votações previstas para a próxima semana de outro Projeto de Lei (PL) encaminhado pelo executivo que vai permitir a utilização da CDO para subvenção ou auxilio de programas voltados ao apoio do setor.

“Tivemos uma audiência muito importante, que serviu como uma preliminar para a votação da próxima semana. Foi uma oportunidade para os entes da cadeia arrozeira explanarem o que pretendem com a taxa CDO e contribuírem para o debate”, explica Nunes.

“Muito necessário”

Ele acrescenta que busca-se adequar o estatuto do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). “O objetivo é viabilizar mecanismos que possam permitir algum tipo de subvenção ao setor, algo muito necessário no momento atual e na conjuntura enfrentada pela cadeia orizícola no Rio Grande do Sul”, comenta.

Também foram destacados a redução superior a 30% na área destinada ao cultivo de arroz nos últimos anos no Brasil e o papel decisivo do Rio Grande do Sul na produção nacional, responsável por cerca de 70% do volume colhido no país.

Outro ponto abordado foi a forte desvalorização do produto: a cotação atual está em torno de R$ 53,75 de acordo com o Cepea, muito abaixo do mínimo estipulado pela Conab e distante dos valores observados há um ano, quando o preço ultrapassava R$ 108,00.

Além da questão econômica, a audiência tratou de impactos sociais, como a queda na arrecadação estadual, o aumento do endividamento dos produtores, a retração de empregos na metade sul e a perda de competitividade diante da entrada de arroz importado. O fortalecimento das atividades de pesquisa, extensão rural e estrutura técnica do Irga foi apontado como essencial para enfrentar o atual ambiente de incertezas.

Os próximos passos serão definidos na próxima semana, quando o que trata do estatuto do Irga e da utilização dos recursos da CDO voltará à pauta. A Federarroz reforçou que a definição de medidas estruturais e emergenciais é fundamental para garantir a sustentabilidade da cadeia produtiva, assegurar renda aos produtores e preservar o protagonismo do Rio Grande do Sul na produção de arroz no país.

Fonte: Correio do Povo