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Ultraprocessados já representam quase um quarto da alimentação dos brasileiros

Saúde

19 de novembro de 2025

Ultraprocessados já representam quase um quarto da alimentação dos brasileiros
Os ultraprocessados contêm pouco ou nenhum ingrediente in natura e excesso de aditivos, açúcares, gorduras e sal
Foto: Divulgação

A participação de ultraprocessados na alimentação dos brasileiros mais do que dobrou desde os anos 1980, passando de 10% para 23%, aponta uma série de artigos publicados na terça-feira (18) por cerca de 40 cientistas, liderados por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo). 

A coletânea, divulgada na revista britânica The Lancet, aponta que esse não é um fenômeno isolado do Brasil. Dados de 93 países mostram que o consumo de ultraprocessados aumentou ao longo dos anos em todos, à exceção do Reino Unido, onde se manteve estável em 50%. O país europeu só é superado nessa proporção pelos Estados Unidos, onde os ultraprocessados representam mais de 60% da dieta.

”Essa mudança na forma como as pessoas se alimentam é impulsionada por grandes corporações globais, que obtêm lucros extraordinários priorizando produtos ultraprocessados, apoiadas por fortes estratégias de marketing e lobby político que bloqueiam políticas públicas de promoção da alimentação adequada e saudável”, afirmou o pesquisador do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP, Carlos Monteiro.

Os estudos apontam que esses produtos passaram a ser comuns em alguns países de alta renda após a Segunda Guerra Mundial e se tornaram um fenômeno global. O seu consumo acelerou a partir da década de 1980 com a globalização. Em paralelo, também cresceram as taxas globais de obesidade e de doenças como diabetes tipo 2, câncer colorretal e doença inflamatória intestinal.

As evidências científicas apontam que dietas ricas em ultraprocessados estão associadas à ingestão excessiva de calorias, pior qualidade nutricional e maior exposição a aditivos e substâncias químicas nocivas. Além disso, os pesquisadores fizeram uma revisão sistemática de 104 estudos de longo prazo, e 92 deles relataram risco aumentado de uma ou mais doenças crônicas, incluindo câncer, doenças cardiovasculares e metabólicas.

O que são os ultraprocessados?

Os alimentos ultraprocessados são fabricados com substâncias artificiais ou extraídas de alimentos, como emulsificante, corante, aromatizante, açúcar e gordura hidrogenada. Esses alimentos geralmente são saborosos, práticos e têm baixo custo.

Exemplos de ultraprocessados incluem refrigerantes, salgadinhos, biscoitos recheados, macarrão instantâneo, salame, salsicha, nuggets, lasanha congelada, sorvetes, chocolates, cereais matinais açucarados e misturas para bolo. Esses alimentos são formulações industriais que contêm pouco ou nenhum ingrediente in natura e excesso de aditivos, açúcares, gorduras e sal. 

Fonte: O Sul.