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Colheita do trigo no RS mais lenta que a média histórica

Agricultura

10 de novembro de 2025

Colheita do trigo no RS mais lenta que a média histórica
As operações chegaram a 42% da área cultivada, enquanto a média das últimas cinco safras foi de 64% para o mesmo período
Foto : Paulo Kurtz/Embrapa/Divulgação

A colheita de trigo chagou a 42% da área cultivada até a semana passada, segundo a Emater/RS-Ascar. Mas o índice está inferior à média das últimas cinco safras, de 64%, para o mesmo período. Essa diferença reflete a maturação mais lenta das lavouras, influenciada pela alternância de períodos chuvosos e temperaturas amenas ao longo de setembro e outubro, que estenderam as fases vegetativa e de formação de grãos.

Atualmente, 36% das áreas se encontram em maturação fisiológica; 20% em enchimento de grãos; e 2% ainda em floração, evidenciando desenvolvimento gradual, mas mais tardio do que o observado em anos anteriores.

O quadro climático das últimas semanas, caracterizado por umidade do solo elevada e boa luminosidade entre os intervalos de chuva, tem favorecido as lavouras, contribuindo para o adequado peso de grãos e para a uniformidade das espigas. A qualidade industrial do grão se mantém dentro dos padrões de panificação e de moagem observados nas melhores safras.

As produtividades médias iniciais variam entre 2.800 e 3.500 kg/ha, conforme a fertilidade do solo, o regime hídrico e a época de semeadura. A sanidade das lavouras é considerada satisfatória, e é realizado controle das principais doenças fúngicas.

Contudo, nas áreas onde o manejo foi inviabilizado ou realizado de forma ineficaz, há incidência especialmente de ferrugem e giberela. A Emater/RS-Ascar estima a área cultivada de trigo no Estado em 1.141.224 hectares. A produtividade está em 3.261 kg/ha.

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, decresceu 1,56% quando comparado à semana anterior, passando de R$ 60,09 para R$ 59,15 para a saca de 60 quilos.

Aveia-branca: produtividade esperada

A aveia-branca está em plena colheita nas principais regiões produtoras do Estado, e a produtividade dentro do esperado, apesar de variações pontuais decorrentes de diferenças edafoclimáticas e de manejo. As condições climáticas das últimas semanas, como períodos alternados de umidade e estiagem localizada, influenciaram de forma desigual as lavouras — especialmente as implantadas tardiamente, que apresentaram algum nível de estresse hídrico na fase de enchimento de grãos.

A qualidade dos grãos tem se mantido satisfatória, com bom PH e uniformidade, favorecendo a destinação industrial. A Emater/RS-Ascar estima que estão cultivados 393.252 hectares de aveia-branca. A produtividade atual está em 2.445 kg/ha

Canola: colheita em 70% da área

O ciclo final da cultura de canola tem avançado. E 27% das lavouras estão em fase de maturação, e a colheita ocorre em ritmo intenso em praticamente todas as regiões produtoras, atingindo aproximadamente 70% da área cultivada no Estado. As condições meteorológicas de outubro favoreceram a maturação, permitindo que a maioria das lavouras apresentassem qualidade de grãos e resultados produtivos satisfatórios.

Em áreas com melhor manejo e uso de cultivares adaptadas, os rendimentos têm superado 2.400 kg/ha. Nos cultivos de menor investimento ou afetadas pelo excesso de chuvas no momento da implantação, a produtividade está abaixo de 1.500 kg/ha.

A uniformidade da maturação, associada ao uso crescente de práticas, como a dessecação précolheita, tem contribuído para a eficiência da operação e para a manutenção da qualidade dos grãos. A estimativa da Emater/RS-Ascar para a safra é de 176.076 hectares de cultivo, e a produtividade de 1.659 kg/ha.

Na região de Ijuí, a canola foi cotada, em média, a R$ 129,60 a saca de 60 quilos; na de Santa Maria a R$ 130,00; na de Santa Rosa a R$ 128,68.

Cevada: fase final de ciclo

A cultura da cevada avança para a fase final do ciclo, e a colheita está em andamento na maior parte das regiões produtoras e prestes a iniciar nos Campos de Cima da Serra. Apesar das condições meteorológicas instáveis no período, os produtores realizaram a operação para evitar a permanência excessiva do produto maduro a campo, sujeitando-o à redução de qualidade.

Estima-se que 30% foram colhidos, e os grãos apresentam tamanho e germinação adequados, mas aumentou os defeitos de origem microbiana pela elevação da umidade ambiental. O poder germinativo sofreu pequena redução, mas ainda sem afetar sua classificação para o processo de malteação. A maturação das lavouras ocorre de forma uniforme.

A produtividade média estadual tende a ser satisfatória, apesar das variações significativas relacionadas ao destino da produção — indústria cervejeira ou grão forrageiro. As lavouras destinadas à alimentação humana apresentam melhor padrão de coloração e PH. Parte das áreas voltadas à alimentação animal tem produtividade ligeiramente inferior, mas com boa eficiência produtiva. A Emater/RS-Ascar estima área cultivada em 31.613 hectares e produtividade em 3.458 kg/ha.

Na comercialização, para o produto destinado à indústria de malte, o preço médio praticado, na região de Erechim, foi de R$ 85 para a saca de 60 quilos.

Fonte: Correio do Povo