Roubo de joias: Senha do sistema de segurança do Louvre era “Louvre”
06 de novembro de 2025
É a prova definitiva por trás do roubo mais espetacular deste lado do milênio.
Um tribunal francês divulgou na quinta-feira (6) um relatório criticando duramente a liderança do Louvre por priorizar compras chamativas e projetos de renovação em detrimento da manutenção da segurança de um dos maiores museus do mundo.
O audacioso assalto em plena luz do dia — no qual quatro homens saíram com joias históricas de valor incalculável — foi um “sinal de alarme ensurdecedor”, disse Pierre Moscovici, presidente do Tribunal de Contas, que elaborou o relatório, a jornalistas na quinta-feira.
Reforçando o conteúdo do documento, que havia sido encomendado antes do assalto de 19 de outubro, ele afirmou que a direção do museu priorizou projetos “visíveis e atraentes”, como a compra de obras de arte e a reformulação do layout do museu, em detrimento, notadamente, da segurança do Louvre.
Desde o roubo, vieram à tona informações mostrando que as falhas de segurança já eram conhecidas há anos — incluindo um alerta de 2014 que afirmava que uma das principais senhas do museu era simplesmente “LOUVRE”. O novo relatório apenas se soma a uma série de falhas de segurança expostas pelo assalto.
Então, o que deu errado?
Atraso na resposta ao roubo
Em apenas quatro minutos após chegarem ao muro externo do Louvre, os ladrões escalaram o prédio e arrombaram uma janela. Só então os alarmes internos foram acionados. Quatro minutos depois, após arrombarem uma vitrine reforçada e levarem nove peças de joias históricas, os ladrões já estavam fugindo.
“As fragilidades na proteção do nosso perímetro são conhecidas e identificadas”, afirmou a diretora do Louvre, Laurence des Cars, a parlamentares após o assalto.
Internamente, a situação também parece grave.
Para as 465 galerias do museu, a equipe de segurança contava com apenas 432 câmeras de vigilância interna em 2024, segundo o relatório. Embora isso represente um aumento de quase 50% em relação ao número disponível em 2019, ainda deixou 61% das galerias sem qualquer cobertura de câmeras de segurança.
O maior museu do mundo, o Louvre, ocupa cerca de 60.600 metros quadrados.
Em comparação, o Instituto de Artes de Detroit tem uma área semelhante (incluindo um teatro e uma sala de concertos), mas conta com mais de 550 câmeras de vigilância, segundo o fabricante de câmeras Axis.
Laurence des Cars declarou a senadores franceses que pretende dobrar o número de câmeras dentro da propriedade do Louvre, que ocupa 37 hectares, nos próximos anos.
Em suas recomendações, o relatório do Tribunal de Contas destacou a necessidade de o Louvre “reforçar sua função de controle interno, que continua subdesenvolvida para uma instituição do porte do Louvre.”
Fonte: CNN