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Ministério Público do Rio Grande do Sul articula ações interinstitucionais para enfrentamento da esporotricose felina

Estado

30 de outubro de 2025

Ministério Público do Rio Grande do Sul articula ações interinstitucionais para enfrentamento da esporotricose felina
MPRS articula ações interinstitucionais para enfrentamento da esporotricose felina
Foto: Reprodução

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (CAOMA), promoveu, nesta quarta-feira, 29 de outubro, uma reunião virtual para discutir estratégias interinstitucionais de enfrentamento à esporotricose felina, doença que tem apresentado crescimento significativo no Estado. A iniciativa partiu da promotora de Justiça do Meio Ambiente de Porto Alegre Annelise Steigleder e contou com a participação de representantes da Secretaria Estadual da Saúde (SES), da Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMA), de prefeituras, médicos veterinários e assessores jurídicos.

Durante o encontro, foi destacada a ausência de fornecimento do medicamento itraconazol pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamento de animais, o que tem dificultado o controle da doença. Também foi apontada a necessidade de tornar obrigatória a notificação de casos por médicos veterinários, como forma de dimensionar o problema e sensibilizar o Ministério da Saúde para a inclusão do medicamento no rol de fornecimento público.

A SES informou que está em andamento a criação de um Plano Estadual de Enfrentamento à Esporotricose, com estudos para viabilizar a compra e distribuição do itraconazol, além da padronização dos fluxos de diagnóstico e notificação. Municípios como Gravataí, Viamão, Canoas e Sapucaia do Sul concentram os maiores números de casos. O diagnóstico laboratorial, considerado padrão ouro, é feito por isolamento e cultura fúngica, podendo levar até 30 dias. Alternativas como PCR e citologia estão sendo estudadas para acelerar o processo.

A reunião também abordou aspectos éticos e jurídicos relacionados ao manejo de gatos sem tutor e à eutanásia em casos graves. Foi ressaltada a importância de campanhas educativas, da produção de materiais informativos para profissionais e população, e da responsabilização civil e criminal de tutores que negligenciem o tratamento dos animais, colocando em risco a saúde coletiva.

Ao final, os participantes concordaram com a elaboração de dois materiais orientativos: um técnico, voltado a profissionais veterinários municipais, e outro de linguagem acessível, destinado à população. Também foi discutida a criação de um termo de responsabilidade para tutores beneficiados com o tratamento, obrigando o isolamento do animal e o acompanhamento periódico. A possibilidade de tornar obrigatória a notificação de casos por meio de decreto estadual e o financiamento de ações via Fundo para Reconstituição de Bens Lesados (FRBL) também foram avaliadas.

ESPOROTRICOSE FELINA

A esporotricose felina é uma doença causada por fungo que pode ser transmitida para outros animais e até para pessoas, sendo considerada uma zoonose séria. Ela costuma aparecer como feridas na pele do gato, principalmente em locais de arranhões ou mordidas, que não cicatrizam e podem se espalhar pelo corpo. O tratamento é possível, geralmente com o uso de antifúngicos como o itraconazol, mas exige acompanhamento veterinário por um período prolongado. Durante esse tempo, é importante manter o gato isolado e higienizar bem o ambiente para evitar a contaminação de outros animais e humanos.

Fonte: Ministério Público do Rio Grande do Sul