ONU: 80% dos pobres do mundo vivem em regiões expostas a riscos climáticos
17 de outubro de 2025

Quase oito em cada dez pessoas vivendo em pobreza — 887 milhões de um total de 1,1 bilhão no mundo — estão diretamente expostas a riscos climáticos, como calor extremo, inundações, secas ou poluição do ar.
Os dados são do relatório divulgado n esta sexta-feira (17) pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).
Na véspera da COP30, a cúpula climática no Brasil, o estudo aponta que, entre aqueles que vivem em pobreza multidimensional — abrangendo saúde, educação e padrões de vida —, 651 milhões enfrentam dois ou mais riscos climáticos, enquanto 309 milhões lidam simultaneamente com três ou quatro riscos.
O relatório do Índice de Pobreza Multidimensional Global de 2025, também feito pela Iniciativa Pobreza e Desenvolvimento Humano da Universidade de Oxford, é o primeiro a cruzar dados de riscos climáticos e de pobreza multidimensional no mundo.
“Nossa nova pesquisa mostra que, para enfrentar a pobreza global e criar um mundo mais estável para todos, precisamos confrontar os riscos climáticos que ameaçam quase 900 milhões de pessoas pobres”, afirma Haoliang Xu, administrador interino do PNUD.
Pobreza e riscos climáticos
Das 887 milhões de pessoas pobres expostas a pelo menos um risco climático, 651 milhões enfrentam dois ou mais riscos ao mesmo tempo, de acordo com o estudo.
Os dados também mostram que 309 milhões de pessoas pobres vivem em regiões expostas a três ou quatro riscos climáticos sobrepostos, enquanto sofrem de pobreza multidimensional aguda.
Os riscos que mais afetam as pessoas pobres globalmente são: altas temperaturas (608 milhões) e poluição do ar (577 milhões).
Regiões propensas a inundações abrigam 465 milhões de pessoas pobres, enquanto 207 milhões vivem em áreas afetadas por secas.
Ásia e África têm ponto mais críticos
O sul da Ásia e a África Subsaariana são identificados como pontos críticos globais, com o maior número de pessoas pobres que vivem em regiões afetadas por riscos climáticos. São 380 milhões e 344 milhões de pessoas, respectivamente.
No sul da Ásia, a exposição é quase universal: 99,1% das pessoas pobres da região são expostas a um ou mais choques climáticos (380 milhões de pessoas), e 91,6% (351 milhões) enfrentam dois ou mais, proporção muito superior à de qualquer outra região do mundo.
Fonte: CNN