Após aumento, arrecadação do Imposto Sobre Operações Financeiras bate recorde e atinge o maior valor da história em um mês
01 de outubro de 2025

A arrecadação do IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) bateu recorde e atingiu o maior valor da história para o período de um mês em agosto. O aumento ocorre após a batalha judicial que terminou com o aumento do imposto em diversas operações.
O valor é recorde para todos os meses, segundo números da Secretaria da Receita Federal. A série histórica do órgão começa em 1995. O IOF é um imposto que o governo cobra sobre algumas transações financeiras que as pessoas e empresas fazem no dia a dia, como pegar um empréstimo, comprar moeda estrangeira ou fazer certos tipos de investimentos em seguros. O valor da alíquota varia de acordo com a operação.
Segundo a Receita, a arrecadação do IOF somou R$ 8,45 bilhões no mês retrasado, com impressionante crescimento de 42,5% na comparação com agosto de 2024. Com os valores corrigidos pela inflação, a alta também foi expressiva: de 35,6%.
A equipe econômica anunciou o aumento do IOF no fim de maio como estratégia para tentar atingir as metas fiscais deste ano e, também, de 2026 – diante da necessidade de atingir os objetivos fixados em lei (déficit zero em 2025 e superávit no próximo ano, com intervalo de tolerância). Entre idas e vindas, a alta foi confirmada em julho.
A Receita Federal não soube dimensionar quanto do aumento da arrecadação do IOF, em agosto, está relacionada com a alta de tributos e quanto está vinculado ao comportamento da economia.
“Não é possível fazer esta segregação”, informou o órgão. Mas é fato que a arrecadação recorde do IOF acontece em um momento de desaceleração da economia, fruto da taxa básica de juros no maior nível em quase 20 anos, algo que já tem freado as receitas do governo. E, também, em um momento de queda das concessões de empréstimos – que se retraíram 0,2% em agosto, segundo informações divulgadas pelo Banco Central.
Aumentos do IOF confirmados
Compras internacionais com cartão de crédito e débito: alíquota do IOF sobe de 3,38% para 3,5%. Compra de moeda em espécie e remessas ao exterior: passa de 1,1% para 3,5%. Empréstimos a empresas: alíquota diária de IOF dobra, de 0,0041% para 0,0082%.
Seguros VGBL (voltados às pessoas de alta renda): de 0% para 5% de IOF. Fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs): passam a ter cobrança de 0,38%.
Fonte: O Sul.