Rússia realiza ataque massivo na Ucrânia e atinge campos de aviação
28 de setembro de 2025

A Rússia disparou mais de 600 drones e mísseis contra alvos em toda a Ucrânia nas primeiras horas da manhã deste domingo (28) – um dos maiores bombardeios da guerra.
Pelo menos quatro pessoas foram mortas em Kiev durante os ataques noturnos, segundo o presidente ucraniano, Volodymr Zelensky.
Autoridades afirmaram que ao menos 42 pessoas ficaram feridas na capital e região, e 31 em Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia.
Drones ainda estavam sendo abatidos sobre a capital ucraniana na manhã deste domingo (28).
O bombardeio foi o terceiro maior relatado pela Força Aérea Ucraniana desde o início da invasão russa em larga escala em fevereiro de 2022, reforçando o desafio de Kiev mesmo após esta semana ter recebido sinais mais fortes de apoio dos EUA.
A Força Aérea relatou que a Rússia disparou 595 drones e 48 mísseis, incluindo dois mísseis balísticos e poderosos mísseis de cruzeiro. Também disseram que as defesas aéreas derrubaram ou suprimiram 43 mísseis de cruzeiro e a grande maioria dos drones.
A Ucrânia recebeu recentemente um sistema de defesa antimísseis Patriot de Israel, segundo Zelensky, e espera a entrega de mais dois da Alemanha este ano. As baterias Patriot são essenciais para suas defesas aéreas.
“Este ataque vil ocorreu praticamente no final da semana da Assembleia Geral da ONU, e é exatamente assim que a Rússia declara sua real posição”, falou Zelensky.
Em meio ao bombardeio, a Polônia enviou caças para seu espaço aéreo na manhã deste domingo (28), informaram suas forças armadas.
As forças polonesas já estavam em alerta após recentes incursões de drones russos sobre seu território.
“Essas medidas são de natureza preventiva e visam proteger o espaço aéreo e os cidadãos, especialmente em áreas adjacentes às áreas ameaçadas”, afirmou o exército polonês.
As ofensivas com drones e mísseis russos dispararam alertas de ataque aéreo em toda a Ucrânia.
Uma névoa de fumaça das explosões podia ser vista pairando sobre a capital neste domingo de manhã, mostraram fotos de um produtor da CNN, com os ataques russos continuando enquanto os moradores passeavam com seus cachorros e realizavam suas tarefas matinais.
Prédios residenciais e infraestrutura foram atingidos, disse Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em uma publicação no Telegram. Ele chamou os ataques russos de “guerra contra civis”.
Uma menina de 12 anos estava entre os mortos em Kiev, segundo Tymur Tkachenko, chefe da administração militar da cidade.
Zelensky afirmou que o prédio do Instituto de Cardiologia na capital foi danificado. Duas pessoas morreram no local.
“Putin deve saber que cada ataque desse tipo o aproxima de ter ativos russos totalmente utilizados para a defesa da Ucrânia”, falou o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Andriy Sybiha.
A União Europeia e o Reino Unido estão se preparando para usar ativos russos congelados para apoiar a Ucrânia.
Por sua vez, o Ministério da Defesa russo afirmou que suas forças lançaram um “ataque massivo” contra indústrias militares e aeródromos na Ucrânia.
Em resposta à campanha russa de ataques com drones e mísseis, os ucranianos estão fortalecendo suas capacidades de longo alcance e se concentrando em atacar a infraestrutura energética russa.
Kiev está negociando novas compras de armas, com Zelensky afirmando no sábado (27) que um “megaacordo” para comprar sistemas de armas dos Estados Unidos havia avançado durante o que ele chamou de uma “reunião muito boa” com o presidente americano, Donald Trump, na semana passada.
“Discutimos as principais questões com o presidente, concordamos com elas e agora estamos avançando para a implementação prática”, disse Zelensky. O acordo deve valer US$ 90 bilhões, acrescentou.
Trump falou, após se encontrar com o presidente ucraniano, que Kiev agora está em posição de “lutar e VENCER” a guerra contra Moscou, incluindo a retomada de todas as terras ocupadas pela Rússia, uma reviravolta drástica após sugerir que a Ucrânia teria cedido terras como parte de qualquer proposta de cessar-fogo.
Fonte: CNN