Psicóloga de Não-Me-Toque alerta sobre suicídio com oficialização da lei do Setembro Amarelo
11 de setembro de 2025

O mês de setembro é marcado pela campanha Setembro Amarelo, voltada à conscientização e prevenção ao suicídio. Em 2025, a iniciativa tornou-se oficial com a sanção da Lei 15.199 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (9). A norma estabelece o 10 de setembro como Dia Nacional de Prevenção do Suicídio e o 17 de setembro como Dia Nacional de Prevenção da Automutilação, e prevê que a campanha seja realizada anualmente em todo o território nacional, com ações de conscientização sobre saúde mental, automutilação e suicídio.
No Senado, o projeto de lei (PL 5.015/2023), da deputada Priscila Costa (PL-CE), foi aprovado em decisão final na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) em agosto, com relatório favorável da senadora Damares Alves (Republicanos-DF).
A campanha tem como objetivo reduzir o estigma e preconceitos relacionados à saúde mental, promover empatia e apoio às pessoas em sofrimento e estimular a busca por ajuda profissional. Pelo texto da lei, o poder público, em conjunto com instituições, organizações não governamentais e a sociedade civil, poderá realizar atividades educativas em escolas e comunidades, palestras, eventos, campanhas informativas e até iluminação de prédios públicos com a cor amarela.
A psicóloga da Secretaria Municipal de Saúde de Não-Me-Toque, Janaina Jung, reforça que falar sobre suicídio é essencial para salvar vidas.
“O suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo inteiro e também a nossa cidade. Não basta lembrar do tema apenas em setembro, precisamos falar sobre isso o ano todo, para que as pessoas encontrem caminhos para pedir ajuda”, destacou.
Segundo Janaina, o suicídio está fortemente relacionado a doenças mentais não diagnosticadas ou sem tratamento adequado, como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia e uso abusivo de drogas. No Brasil, 38 pessoas morrem por dia vítimas de suicídio, com maior incidência entre homens de 15 a 29 anos e idosos acima de 70 anos.
A profissional lembra que os sinais de alerta precisam ser observados por familiares e amigos:
“Quando alguém se isola, se despede de pessoas, doa pertences, faz testamentos ou acumula medicamentos, é preciso atenção. Nosso papel é conversar sem julgamentos, mostrar empatia e encaminhar essa pessoa para atendimento com psicólogos, médicos ou psiquiatras”, orientou.
Janaina reforça que mostrar que existem alternativas e que ninguém está sozinho é essencial para quem enfrenta sofrimento emocional.
“Todos nós podemos ajudar, ouvindo e apoiando, e estimulando a busca por ajuda profissional”, concluiu.
Serviço de apoio:
- CVV (Centro de Valorização da Vida) – 188 (atendimento gratuito e sigiloso 24h)
- Secretaria Municipal de Saúde de Não-Me-Toque – CAPS e psicólogos disponíveis para atendimento local
- Profissionais de saúde – psicólogos e psiquiatras podem orientar sobre tratamento adequado