Ataque de Israel a hospital em Gaza mata jornalista da Reuters
26 de agosto de 2025

Ataques de Israel contra um hospital no sul da Faixa de Gaza deixou pelo menos 20 palestinos mortos nesta segunda-feira (25), informou o Complexo Médico Nasser, incluindo jornalistas de diversos veículos de comunicação.
Autoridades de saúde informaram que Israel disparou dois ataques contra o local, entre as vítimas estão pelo menos cinco jornalistas, afirmando também que muitas pessoas ficaram feridas.
Os jornalistas mortos são Mohammad Salama, um cinegrafista da Al Jazeera, Hussam Al-Masri, que era contratado da Reuters, Mariam Abu Dagga, que trabalhou com a Associated Press (AP) e outros meios de comunicação durante a guerra, e os jornalistas freelancers Moath Abu Taha e Ahmed Abu Aziz.
A Defesa Civil de Gaza informou que um de seus tripulantes também morreu no ataque.
O primeiro ataque ao hospital atingiu o quarto andar do Complexo Médico Nasser na manhã desta segunda-feira, informou o Ministério da Saúde palestino, seguido por um segundo pouco tempo depois, que atingiu equipes de ambulância e socorristas.
O exército israelense informou que investiga o caso e afirmou lamentar qualquer dano causado a civis, acrescentando que não tem jornalistas como alvo.
Um vídeo do local mostra o dr. Mohammad Saqer, porta-voz do hospital e chefe de enfermagem, segurando um pano encharcado de sangue após o primeiro ataque, quando outra explosão sacode o prédio, enchendo o ar de fumaça e fazendo as pessoas correrem para se proteger.
Uma câmera ao vivo da Al Ghad TV mostra socorristas em uma escada danificada do hospital quando o segundo ataque atinge o prédio.
Entenda a guerra na Faixa de Gaza
A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 outubro de 2023, depois que o Hamas lançou um ataque terrorista contra Israel.
Combatentes do grupo radical palestino mataram 1.200 pessoas e sequestraram 251 reféns naquele dia.
Então, tropas israelenses deram início a uma grande ofensiva com bombardeios e por terra para tentar recuperar os reféns e acabar com o comando do Hamas.
Os combates resultaram na devastação do território palestino e no deslocamento de cerca de 1,9 milhão de pessoas, o equivalente a mais de 80% da população total da Faixa de Gaza, segundo a UNRWA (Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos).
Desde o início da guerra, pelo menos 61 mil palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
O ministério, controlado pelo Hamas, não distingue entre civis e combatentes do grupo na contagem, mas afirma que mais da metade dos mortos são mulheres e crianças. Israel afirma que pelo menos 20 mil são combatentes do grupo radical.
Parte dos reféns foi recuperada por meio de dois acordos de cessar-fogo, enquanto uma minoria foi recuperada por meio das ações militares.
Autoridades acreditam que cerca de 50 reféns ainda estejam em Gaza, sendo que cerca de 20 deles estariam vivos.
Enquanto a guerra avança, a situação humanitária se agrava a cada dia no território palestino.
Segundo a ONU, passa de mil o número de pessoas que foram mortas tentando conseguir alimentos, desde o mês de maio, quando Israel mudou o sistema de distribuição de suprimentos na Faixa de Gaza.
Com a fome generalizada pela falta da entrada de assistência na Faixa de Gaza, os relatos de pessoas morrendo por inanição são diários.
Israel afirma que a guerra pode parar assim que o Hamas se render, e o grupo radical demanda melhora na situação em Gaza para que o diálogo seja retomado.
Fonte: CNN