Julho tem menor área queimada dos últimos sete anos
21 de agosto de 2025

O Brasil registrou em julho de 2025 uma redução de 40% na área atingida por queimadas em comparação com o mesmo mês de 2024. Foram 748 mil hectares consumidos pelo fogo, o menor índice para o período desde 2019, quando o MapBiomas iniciou a série histórica do Monitor do Fogo.
Apesar do resultado, a coordenadora técnica do MapBiomas Fogo, Vera Arruda, avalia que ainda é cedo para apontar uma mudança de tendência. Segundo ela, a queda pode estar relacionada a fatores como o retorno das chuvas em algumas regiões, especialmente na Amazônia, o reforço da fiscalização em áreas críticas e uma postura mais cautelosa em relação ao uso do fogo após prejuízos registrados em anos anteriores.
A vegetação nativa foi a mais impactada no mês e representou 76,5% da área queimada. Áreas de uso agropecuário e pastagens responderam por 14,3%. O tipo de vegetação mais afetado foi a formação savânica, característica do Cerrado, que concentrou 36% do total consumido pelas chamas.
Entre os biomas, o Cerrado foi o mais atingido, com 571 mil hectares queimados, seguido pela Amazônia, com 143 mil. A Mata Atlântica perdeu 24,4 mil hectares, a Caatinga 6,8 mil, o Pantanal 1.272 e o Pampa 1.277 hectares.
Os estados com maior extensão atingida foram Tocantins, com 203 mil hectares; Mato Grosso, com 126 mil; e Maranhão, com 121 mil hectares. Entre os municípios, Lagoa da Confusão (TO) liderou a lista, com 52,6 mil hectares queimados, seguido por Mirador (MA), com 38,5 mil, e Formoso do Araguaia (TO), com 34,8 mil hectares.
Segundo Vera Arruda, o início da estação seca no Cerrado é o período mais crítico, marcado pelo acúmulo de material combustível seco e maior risco de grandes incêndios. “É justamente nesse momento que a prevenção deve ser intensificada, já que as principais fontes de ignição têm origem humana”, destacou.
No acumulado de janeiro a julho de 2025, o país soma 2,45 milhões de hectares queimados, uma redução de 59% em relação ao mesmo período do ano passado. O Cerrado concentra metade dessa área, com 1,2 milhão de hectares. Tocantins, Maranhão e Roraima estão entre os estados mais afetados no período.
Fonte: Correio do Povo