Bico pulverizador do autopropelido: principais tipos e 10 dicas para escolher
31 de julho de 2025

Escolher os bicos pulverizadores do autopropelido de forma estratégica vai além da técnica — é uma decisão que impacta diretamente a produtividade da lavoura.
Os bicos são acionados na última etapa do sistema de pulverização: é por meio deles que o defensivo atinge o alvo e elimina pragas e ervas daninhas.
Neste conteúdo, você confere os principais tipos e 10 dicas para acertar na escolha dos bicos do seu pulverizador autopropelido, considerando o tipo de produto, cultura, velocidade de operação, condições climáticas e mais.
Importância da escolha correta dos bicos de pulverização
A escolha do bico pulverizador interfere diretamente na eficiência da aplicação, na cobertura foliar e no risco de deriva.
Quando os bicos estão desgastados ou mal selecionados, aumentam as chances de falhas no controle de pragas, doenças e plantas daninhas — além de gerar desperdício de produto. Segundo a equipe de especialistas da Stara:
Os bicos são peças-chave na aplicação agrícola, e pequenos problemas neles podem gerar grandes prejuízos — seja por perda de produto, má cobertura, deriva ou falhas de controle de pragas
Veja os principais benefícios que uma escolha correta pode trazer para o produtor rural:
- Cobertura uniforme e precisa: o bico certo distribui as gotas de forma homogênea, evitando falhas na aplicação e garantindo que toda a planta receba a dose correta;
- Redução de perdas por deriva: bicos compatíveis com o tipo de produto e com as condições climáticas minimizam o desvio de gotas pelo vento, protegendo áreas vizinhas e evitando perdas;
- Eficiência no controle fitossanitário: gotas no tamanho certo, aplicadas com o padrão de jato ideal, aumentam a efetividade no combate a pragas e doenças — e elevam o potencial produtivo.
- Economia e segurança: ao aplicar na dose certa, no lugar certo e com o mínimo de perdas, o produtor reduz custos e preserva o meio ambiente, além de proteger a saúde do operador.
Como reforçam os especialistas da Stara:
Não adianta ter um bom produto químico se ele não chega ao lugar certo. O bico é o que garante isso.
Tipos de bicos pulverizadores para autopropelido
A escolha do tipo de bico de pulverização deve levar em conta o produto químico, o alvo da aplicação e as condições ambientais. Conheça os principais:
Bicos de jato plano (leque)
Esses são os mais comuns na agricultura. Produzem um jato em forma de leque, ideal para coberturas superficiais e aplicações em linha.
- Gotas: médias a finas;
- Formato: leque em linha reta;
- Usos típicos: herbicidas pós-emergência e aplicações em faixas;
- Vantagem: excelente uniformidade na faixa, fácil ajuste de sobreposição;
- Limitação: mais suscetível à deriva em ventos moderados.
Bicos de cone cheio
Geram um jato em formato de cone sólido, com boa distribuição em áreas com folhagem mais densa.
- Gotas: finas;
- Formato: cone sólido;
- Usos típicos: fungicidas e fertilizantes foliares;
- Vantagem: alta cobertura e penetração em dossel fechado (como soja);
- Limitação: exige cuidado com a pressão para evitar gotas muito finas.
Bicos de cone vazio
Formam um jato em anel, com maior concentração nas bordas. São indicados quando a meta é atingir superfícies inferiores das folhas ou áreas de difícil acesso.
- Gotas: muito finas (alta penetração);
- Formato: cone anular (vazio no centro);
- Usos típicos: inseticidas de contato, combate a pragas sob as folhas;
- Vantagem: excelente penetração na planta;
- Limitação: maior sensibilidade à deriva, ideal para dias com pouco vento.
Bicos anti deriva (Air Induction)
Misturam ar ao líquido para gerar gotas maiores e mais pesadas, reduzindo a chance de deriva.
- Gotas: grandes com bolhas de ar;
- Formato: leque com indução de ar;
- Usos típicos: herbicidas sistêmicos;
- Vantagem: menor risco de deriva mesmo em condições adversas;
- Limitação: cobertura menos uniforme em alvos pequenos.
Bicos duplo leque (Twin Fan)
Possuem dois jatos opostos, o que melhora a cobertura em folhas verticais ou estruturas mais altas da planta.
- Gotas: médias;
- Formato: dois leques – frente e trás;
- Usos típicos: fungicidas e inseticidas em culturas como milho e trigo;
- Vantagem: maior eficiência em culturas altas, excelente cobertura lateral;
- Limitação: pode exigir ajuste fino na pressão e na altura da barra.
Comparativo dos principais tipos de bicos para pulverização
Tipo de bico | Gotas | Uso mais comum | Vantagem principal |
Jato plano | Médias | Herbicidas pós-emergência | Cobertura uniforme na faixa |
Cone cheio | Finas | Fungicidas, adubos foliares | Penetração em folhas densas |
Cone vazio | Muito finas | Inseticidas, pragas sob folhas | Alta penetração, ideal para alvos difíceis |
Antideriva | Grandes | Herbicidas sistêmicos | Menor risco de deriva |
Duplo leque | Médias | Fungicidas em culturas altas | Cobertura eficiente em folhas verticais |
10 dicas para escolher o bico pulverizador ideal para um autopropelido
Verifique os itens a seguir para definir sua escolha. Considere os fatores e adapte as recomendações dos nossos especialistas para os contextos de sua lavoura.
1. Defina o produto a ser aplicado
Identifique se será usado herbicida, fungicida, inseticida ou adubo foliar. Isso impacta diretamente o volume de calda necessário e o padrão ideal de gota.
2. Verifique o modo de ação do produto
Existem dois modos principais a se considerar. O sistêmico penetra na planta e se move internamente, admitindo gotas maiores (bicos antideriva).
Já os de contato agem onde atingem e exigem gotas menores e boa cobertura (bicos de cone ou leque).
3. Considere as condições ambientais
Clima seco, temperaturas elevadas e vento constante aumentam o risco de deriva. Em ventos acima de 10 km/h, priorize bicos antideriva. Em condições mais calmas, é possível usar bicos com gotas finas.
Exemplo aplicado à rotina do produtor
Quando há vento constante acima de 10 km/h, o risco de deriva aumenta significativamente. O mais indicado é optar por bicos antideriva, que produzem gotas maiores e mais pesadas, menos suscetíveis a serem levadas pelo vento.
Em situações de temperaturas elevadas e baixa umidade, o problema se intensifica, pois há maior evaporação das gotas antes mesmo de atingirem o alvo.
Nesses casos, também se recomenda o uso de bicos que produzam gotas mais grossas.
Já em condições de clima calmo, com vento leve e temperatura amena, é possível utilizar bicos com gotas finas, como os de cone vazio, que oferecem excelente cobertura e penetração, especialmente para aplicações de contato.
4. Conheça a velocidade de trabalho da máquina agrícola
A velocidade do pulverizador (ex: 20 km/h) afeta diretamente a vazão exigida em cada bico. Quanto maior a velocidade, maior a demanda de vazão.
5. Defina o volume de calda (L/ha) conforme o produto:
O volume de calda por hectare varia conforme o tipo de produto a ser aplicado. Em geral, utiliza-se 50 L/ha para herbicidas, que demandam menor cobertura.
Fungicidas, que exigem maior contato com a parte aérea das plantas, costumam ser aplicados com 100 L/ha.
Já os inseticidas, especialmente quando o alvo está em regiões menos acessíveis da planta, requerem volumes maiores — em torno de 150 L/ha ou mais — para garantir uma cobertura eficaz.
6. Calcule a vazão por bico pulverizador com a fórmula técnica:
Q = (L × V × E) ÷ 600. Onde:
- Q = vazão do bico (L/min);
- L = volume por hectare (L/ha);
- V = velocidade (km/h);
- E = espaçamento entre bicos (cm).
7. Escolha o tipo de bico conforme o objetivo
Leve em conta o padrão de jato, o tamanho da gota e o alvo da aplicação. Se necessário, consulte a seção anterior sobre os tipos de bico mais indicados.
8. Consulte a tabela do fabricante
Ela indica a vazão exata em diferentes pressões, o tipo de gota (fina, média, grossa) e a recomendação por tipo de aplicação. As cores dos bicos também seguem padrão ISO e ajudam na identificação rápida.
9. Teste na prática antes da operação
Monte os bicos na barra do pulverizador e faça uma verificação visual do padrão de jato. Use papel hidrossensível para avaliar a uniformidade e a sobreposição entre bicos.
10. Realize manutenção preventiva regularmente
Avalie o desgaste das pontas e a vazão real. Se o desvio for superior a 10% do valor nominal, substitua o bico imediatamente. Essa rotina deve fazer parte da manutenção preventiva das máquinas agrícolas. Isso evita falhas imperceptíveis que comprometem a eficácia da aplicação.
Como as tecnologias de pulverização Stara otimizam o uso dos bicos?
Além da escolha correta do bico, o desempenho da pulverização está diretamente ligado à tecnologia agrícola do autopropelido.
Modelos como o pulverizador Imperador 3.0 e o Imperador 4000 já vêm equipados com sistemas que monitoram pressão, velocidade e vazão em tempo real, ajustando automaticamente a aplicação para manter a dosagem correta em qualquer condição de trabalho.
Esse controle automático de vazão, aliado ao suporte para diferentes famílias de bicos da Stara, garante precisão mesmo com variações de terreno e clima.
O operador de máquinas agrícolas define o volume-alvo por hectare, e o sistema ajusta a pressão conforme a velocidade da máquina agrícola, evitando falhas de cobertura e desperdícios.
A compatibilidade dos pulverizadores Stara com diferentes tipos de bico — leque, antideriva, cone cheio, duplo leque — também facilita a adequação da aplicação ao tipo de cultura e estágio de desenvolvimento da planta, sem a necessidade de adaptações complexas.
Esse conjunto de tecnologias reduz o risco de erros, melhora a eficiência operacional e amplia a vida útil dos componentes, desde que os bicos sejam inspecionados regularmente e substituídos conforme as recomendações técnicas.
A eficiência na aplicação de defensivos começa na ponta: no bico pulverizador. Com tantas opções disponíveis no mercado, entender as características técnicas, o tipo de aplicação e as condições operacionais é o caminho para garantir alta performance no campo.
Os pulverizadores autopropelidos da Stara são desenvolvidos com tecnologias que facilitam essa escolha — como o controle automático de vazão, o suporte ao operador e a compatibilidade com diferentes famílias de bicos.
Com o bico certo, a dose certa e a regulagem correta, o resultado é produtividade, economia e mais segurança para sua lavoura.
Fonte: ASCOM STARA