Aumento do IOF encarece crédito e freia negócios, alerta diretor da Stara Financeira
26 de julho de 2025

O aumento da alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), validado por decisão do STF, deve ter impacto direto no custo do crédito e na geração de negócios no Brasil. A avaliação é do diretor de Operações da Stara Financeira, Christian Abreu, que conversou com o Grupo Ceres sobre os efeitos da medida, após o embate entre o governo federal e o Congresso Nacional.
O Congresso havia derrubado o decreto presidencial que aumentava o imposto, algo que não acontecia há mais de 25 anos. No entanto, o governo levou o caso ao Supremo Tribunal Federal e obteve decisão favorável por meio do ministro Alexandre de Moraes.
Para Christian, a justificativa de que se trata de um imposto com função regulatória não se sustenta. “Na verdade, o governo quis arrecadar. E arrecada por quê? Porque as contas não fecham. Ao invés de cortar gastos, mordomias e cabides de emprego, aumentam impostos. E quem paga é a população, são as empresas e os trabalhadores”, criticou.
Crédito mais caro e empresas retraídas
Com a elevação do IOF, operações de financiamento e empréstimos ficam mais caras tanto para pessoas físicas quanto para empresas. O diretor da Stara Financeira afirma que isso pode frear investimentos, reduzir o consumo e impactar diretamente a economia.
“Quem precisa financiar a reforma da casa ou trocar de carro já está lidando com juros altos. Com o aumento do IOF, o custo sobe ainda mais. E no caso das empresas, que precisam fazer projeções, isso muda todo o cenário. Muita gente não estava preparada para esse aumento, que pegou o setor produtivo de surpresa”, pontuou.
Segundo ele, decisões como essa afetam diretamente a confiança dos empresários. “A empresa começa a se retrair, a fazer mais contas antes de fechar negócio. Isso trava a economia.”
Intervenção do Estado e ambiente desfavorável
Christian também fez críticas à atuação do governo federal, que segundo ele tem interferido de forma excessiva na economia, desestimulando o setor produtivo. “O empresário quer lucro, mas também gera emprego, movimenta a economia. Quando o governo aumenta impostos, em vez de cortar gastos, ele desincentiva quem quer produzir e investir”, afirmou.
Ele defende maior liberdade econômica e redução da carga tributária como caminhos para o crescimento. “Precisamos de um Estado que incentive o trabalho e a geração de renda, e não que mantenha as pessoas presas a programas assistenciais. O que as pessoas querem é emprego, não dependência do governo.”