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SRAG e gripe comum: saiba os sintomas da síndrome gripal e quando ir ao hospital

Saúde

21 de julho de 2025

SRAG e gripe comum: saiba os sintomas da síndrome gripal e quando ir ao hospital
Síndromes respiratórias causaram superlotação em UPAs de Porto Alegre
Foto: Pedro Piegas / Divulgação

A chegada dos meses mais frios do ano e a disparada de casos de síndromes gripais no Rio Grande do Sul traz o alerta sobre a importância de entender cada tipo de doença, como gripe, resfriado e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), e quando ir ao hospital por conta da infecção pelo vírus da influenza. Em função das doenças, as principais unidades de emergência e pronto atendimento do RS estão enfrentando crises de superlotação nos últimos meses.

João Marcelo Lopes Fonseca, médico e assessor técnico da diretoria geral da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da Capital, explica que a SRAG é um quadro composto por inflamação das vias respiratórias. Ele reforça, entretanto, que apesar dos sintomas se assemelharem, a gripe, a influenza e a Covid-19 são diferentes. Além disso, alguns casos podem ser mais leves do que outros, dependendo da condição clínica do paciente, da idade e da presença ou não de outras comorbidades.

“São vários agentes que podem causar síndrome respiratória aguda grave, e justamente por isso se dá um nome genérico, que são os mesmos padrões de sintomas que podem ter origem em secções diferentes. Geralmente com manifestação radiológica ou tomográfica, onde tem um segmento, uma parte maior ou menor do pulmão acometida e que se caracteriza por sintomas respiratórios, como tosse, falta de ar”, pontuou.

De acordo com a médica e coordenadora do Programa de Residência de Medicina de Família e Comunidade da SMS, Loren Seibel, a síndrome respiratória aguda grave é a complicação do quadro de síndrome gripal, com comprometimento da função respiratória. “Os vírus que possuem cobertura na vacina, o H1N1, o H3N2 e a cepa do grupo B são os que potencialmente podem causar essa síndrome respiratória aguda grave, podendo levar as pessoas à internação e até complicações graves e ao óbito”, apontou a médica.

O que fazer ao ter sintomas e agravamento

Entre os sintomas comuns das pessoas infectadas pelos vírus que causam a gripe comum estão a dificuldade para respirar, febre alta, coriza, tosse, dor de cabeça e dor no corpo. A gripe comum pode durar até sete dias, com a tosse podendo persistir por mais tempo. Loren destacou ainda as medidas que pacientes com gripe podem tomar para melhorar e também que o público em geral pode fazer para evitar a contaminação.

“Tem que ter bastante repouso e tomar muito líquido. Também precisa de cuidado com o conforto térmico, principalmente nestes dias em que ocorrem mudanças acentuadas de temperatura. Também é preciso evitar aglomerações e lugares fechados e lavar bem as mãos. A alimentação saudável, assim como o consumo de sucos ricos em vitamina C, ajuda muito. Além disso, é preciso ficar atento aos sinais de agravamento do quadro”, afirmou.

Fonseca afirma que a recomendação em casos de sintomas respiratórios é prestar atenção nas manifestações e, preferencialmente, procurar uma unidade básica de saúde. “Nos quadros em pediatria, a criança, às vezes, fica bastante prostrada nessa manifestação inicial. A febre é um bom exemplo, em geral repercute bastante, fica muito evidente. Embora isso assuste a família a procurar um atendimento, muitas vezes esses casos podem ser adequadamente manejados na unidade básica, no sentido em que vai ser recebido pela equipe de saúde que vai atender, medicar, examinar a criança e dar o melhor encaminhamento”, explicou.

Já para os adultos, a recomendação é a mesma, e a maioria dos casos mais graves já envolvem outras condições crônicas. “O paciente já trata a sua hipertensão, já trata o diabete, já pode ser tabagista ou ter parado de fumar, por exemplo, e já tem um acompanhamento na unidade básica. Até na hora de decidir a prescrição de um antibiótico, levar em conta qual é a ausculta ou exame físico normal daquele paciente, pode ter mais vantagem em procurar a unidade básica do que ir direto a uma emergência”, acrescenta.

Ele lembra que, em geral, os quadros respiratórios não precisam de exames complementares. “Se precisarem, tanto de laboratório quanto raio-x, existe essa possibilidade da unidade básica solicitar e ser feito. Mas isso é uma exceção, a maior parte não precisa. Tem que olhar o ouvido, escutar o pulmão da criança, ver se está com algum sinal de complexidade”, diz.

“Pode acontecer que surja um quadro desses no meio da madrugada ou no final de semana, e a unidade básica mais próxima não está aberta. Nesse caso, é necessário levar ao pronto atendimento”, afirma o doutor. Ele reforça, porém, que não deve ser a porta preferencial, já que, atualmente, as emergências estão com cenário de sobrecarga por conta da superlotação.

Os casos respiratórios podem envolver pacientes também sem comorbidade, apesar de ser mais raro, afirma o doutor. “Geralmente, quem não tem nenhuma comorbidade, está relativamente estável de saúde, pode, claro, ter um quadro mais grave, mas na maioria das vezes tem quadros mais simples, com menos sintomas”, explica.

A médica Loren conta que a piora da gripe comum para SRAG é sentida quando, logo após um período de breve recuperação, o paciente volta a ter uma piora considerável. “Quando a pessoa está melhorando, mas começa novamente com uma febre alta, com dor para respirar, o muco que era branco fica esverdeado, com dor de cabeça muito forte, é porque está piorando o quadro e precisa procurar uma unidade de saúde para avaliar se está ocorrendo uma complicação”, salientou.

A médica salienta ainda que a gripe é uma doença sazonal que geralmente tem maior incidência no período mais frio do ano. Entretanto, ela não tem uma relação direta com as temperaturas baixas, mas sim com o comportamento da população. “Começa a ficar frio e as pessoas se fecham nos ambientes e não circula ar nestes espaços. Isso faz com que as pessoas se contaminem”, concluiu.

Gripe comum

  • Dificuldade para respirar;
  • Febre alta;
  • Coriza e tosse;
  • Dor de cabeça e dor no corpo;
  • Dura em média sete dias.

Síndrome respiratória aguda grave

  • Dor para respirar;
  • Febre alta;
  • Muco esverdeado;
  • Dor de cabeça muito forte;
  • Após breve recuperação, paciente sente piora considerável.

7 sinais para procurar atendimento médico:

1. Febre alta e persistente

Se a febre for superior a 38,5 °C e durar mais de dois dias, é sinal de alerta. Isso pode indicar uma infecção mais grave, como pneumonia.

2. Tosse que não melhora

Tosse contínua por mais de cinco dias, especialmente se vier acompanhada de catarro amarelado ou esverdeado, deve ser investigada por um profissional.

3. Falta de ar ou chiado no peito

Sintomas respiratórios como dificuldade para respirar, sensação de aperto no peito ou chiado podem indicar bronquite, asma ou agravamento de uma infecção.

4. Dor no peito ao respirar

Desconforto torácico ao inspirar ou tossir pode ser sinal de inflamação nos pulmões e requer avaliação médica imediata.

5. Quadro piora com o passar dos dias

Se, em vez de melhorar, os sintomas se intensificam, isso pode ser um indicativo de que a gripe evoluiu para uma infecção mais séria.

6. Crianças, idosos ou pessoas com doenças crônicas estão doentes

Esses grupos são mais vulneráveis a complicações. Nestes casos, o ideal é não esperar os sintomas se agravarem para buscar ajuda.

7. Sintomas além do esperado

Se, além dos sintomas clássicos de gripe (febre, tosse, coriza), surgirem sinais como vômito, confusão mental ou prostração intensa, é preciso investigar com urgência.

Fonte: Correio do Povo