Tudo o que você precisa saber sobre a nova era da Arena do Grêmio
15 de julho de 2025

“A Arena é nossa”. Foi com essa frase que Marcelo Marques fechou a sua primeira participação na entrevista coletiva desta terça-feira, no auditório da Arena. Ao lado do presidente Alberto Guerra e do vice-presidente Eduardo Magrisso pelo Grêmio, do diretor presidente Mauro Araújo e do advogado Eduardo Peña pela Arena Porto-Alegrense, e do advogado Marlon Passos, o empresário detalhou os próximos passos após comprar os direitos de gestão do estádio.
Abaixo, o CP traz tudo o que você precisa saber sobre a nova era da Arena, desde os valores envolvidos na negociação, passando pelo projeto para melhorar o gramado e também sobre o futuro dos shows no estádio.
Quais os valores envolvidos na compra?
No total, Marcelo Marques desembolsará cerca de R$ 120 milhões, sendo R$ 80 milhões para a Reeve, que detinha dois terços do crédito para a construção do estádio, e R$ 40 milhões para a Arena Porto-Alegrense. O outro terço do crédito já havia sido adquirido pelo clube gaúcho no ano passado.
Arena será doada 100% ao Grêmio?
“Vai ser doado, 100% vai passar para o Grêmio. Não é uma questão empresarial, não é marketing. É uma doação de um gremista. O Grêmio precisa muito do torcedor, que tem que se associar. Sei que a torcida do Grêmio é muito fanática. O Grêmio vai colocar para derreter, mas precisa ter 300 mil sócios”, assegurou Marcelo Marques.
Quando a Arena será administrada integralmente pelo Grêmio?
A transição da administração já começou a partir de uma reunião nessa segunda-feira para dar início aos trâmites legais. Ficou acordado que a transição vai durar até o final do ano. Com isso, o Tricolor vai assumir a gestão integral do estádio em 2026. “O Grêmio não terá nenhum ônus até o final do ano, assim como a OAS. A ideia é ficar no ‘zero a zero’ nesses cinco meses. Se der positivo, o lucro vem para o Grêmio. Se der prejuízo, a gente assume. É um negócio sensacional para o Grêmio”, explicou Marcelo Marques.
Preço dos ingressos vai baixar?
Sim, a ideia é que isso aconteça a partir da próxima quarta-feira, quando o Grêmio recebe o Alianza Lima-PER, pela duelo de volta dos playoffs da Sul-Americana. “Quero convocar o torcedor para lotar a Arena contra o Alianza. Vão ver os preços, que será bem acessíveis”, disse Marcelo Marques.
Como ficará a qualidade do gramado?
A ideia é investir muito mais em tecnologia, principalmente a partir de 2026. Porém, há a promessa de que o gramado já estará em melhores condições para a partida contra o Alianza Lima-PER. “Já vai ter uma melhora para o próximo jogo. Mas a grande melhora será no próximo ano. Fazer no ano que vem o melhor de tecnologia. O gramado será top de linha como é a Arena, como é o Grêmio”, disse Marcelo Marques.
Quanto o Grêmio vai lucrar com a Arena?
“Nosso cálculo financeiro é que, no final das contas, pagando os custos, pessimista é que traga mais R$ 50 milhões por ano a mais para o clube, líquido. E otimista uns R$ 100 milhões. Aí vai depender do torcedor. Se vender quase todas as cadeiras nós podemos chegar nesses R$ 100 milhões”, revelou Marcelo Marques. “De 10 a 20% do orçamento anual do clube”, acrescentou Alberto Guerra.
É possível ter a volta da Avalanche?
“É o sonho que tenho também. Agora, podemos avançar um pouco mais nisso. Não é fácil, mas também não é impossível. Não vamos prometer nada”, pontou Marcelo Marques.
Arena continuará recebendo shows?
Não. A ideia é que o estádio não receba mais shows. “É um processo de transição. Queremos potencializar a Arena. Tem muito espaço para locar durante o dia, durante a semana. Agora é passo a passo. Que o torcedor se sinta pertencente à Arena. Show não é rentável. Show mesmo é do Grêmio agora”, destacou Marcelo Marques.
Quais os próximos passos para as obras no entorno da Arena?
“Falei hoje (terça-feira) de manhã com o Sebastião Melo, ele mandou congratulações a todos e combinamos de semana que vem eu e o Marcelo visitarmos ele para destravar isso (obras do entorno da Arena e a ‘troca de chaves’). Vai destravar a Azenha e a cidade vai poder crescer”, revelou Alberto Guerra.
“O Grêmio tem extremo interesse nas obras do entorno, porque a comunidade do Humaitá e Vila Farrapos sofre muito sem essas obras. Mas o Grêmio não é e nunca foi responsável por elas. A empresa responsável é a OAS. Ela ofereceu para a Prefeitura um dos terrenos do Olímpico em pagamento a essas obras do entorno. O Grêmio vai acompanhar, mas a responsabilidade é de OAS, Karagounis e Prefeitura. E, como morador do bairro, o Grêmio, junto com toda a comunidade, tem a expectativa de que isso se resolva o quanto antes”, explicou Eduardo Magrisso.
Fonte: Correio do Povo