Otan diz que Brasil, China e Índia podem ser atingidos por sanções
15 de julho de 2025

Mark Rutte, secretário-geral da Otan, a aliança militar ocidental, alertou nesta terça-feira (15) que países como Brasil, China e Índia poderiam ser duramente atingidos por sanções secundárias se continuarem negociando com a Rússia.
“Se você for o presidente da China, o primeiro-ministro da Índia ou o presidente do Brasil e ainda estiver negociando com os russos e comprando seu petróleo e gás (…), às vezes antes de vendê-los por um preço mais alto, saiba que, se esse cara em Moscou não levar as negociações de paz a sério, eu lhe imporei sanções secundárias de 100%”, afirmou Rutte a repórteres.
“Meu incentivo a esses três países, em particular, é que, se você mora em Pequim, ou em Delhi, ou é o presidente do Brasil, talvez queira analisar isso, porque pode ser muito prejudicial”, disse.
“Então, por favor, liguem para Vladimir Putin e digam a ele que ele precisa levar as negociações de paz a sério, porque, caso contrário, isso vai prejudicar o Brasil, a Índia e a China de forma massiva”, acrescentou.
Rutte fez o comentário durante reunião com senadores no Congresso dos Estados Unidos.
A declaração é feita um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar envio de armas para a Ucrânia e ameaçar impor tarifas secundárias se não houver acordo de paz em 50 dias.
Envio de armas para a Ucrânia
Rutte pontuou ainda que, sob o acordo com Trump, os Estados Unidos fornecerão “maciçamente” armas à Ucrânia, “não apenas defesa aérea, mas também mísseis e munição paga pelos europeus”.
Questionado se mísseis de longo alcance para a Ucrânia estavam em discussão, Rutte disse: “É tanto defensivo quanto ofensivo”.
“Então, há todo tipo de armas, mas não discutimos em detalhes ontem com o presidente. Isso está sendo realmente trabalhado agora pelo Pentágono, pelo Comandante Supremo Aliado na Europa, em conjunto com os ucranianos, ressaltou.
Senador destaca preocupação com prazo para a Rússia
O senador republicano americano Thom Tillis elogiou Trump por anunciar as medidas, mas disse que o prazo de 50 dias para um acordo de paz o “preocupa”.
Ele comentou estar preocupado com a possibilidade de “Putin tentar usar os 50 dias para vencer a guerra ou para estar em melhor posição para negociar um acordo de paz após ter assassinado e potencialmente conquistado mais terreno como base para a negociação”.
“Portanto, devemos olhar para a situação atual da Ucrânia e dizer: não importa o que você faça nos próximos 50 dias, qualquer um dos seus ganhos está fora de cogitação”, acrescentou.
Fonte: CNN