Lagoa dos Três Cantos avalia decreto de emergência após mais de 400 mm de chuva em poucos dias
26 de junho de 2025

As chuvas intensas que atingem Lagoa dos Três Cantos nos últimos dias já somam mais de 400 milímetros de precipitação acumulada, segundo a Prefeitura. Os danos causados pela nova intempérie estão sendo avaliados pela Defesa Civil e pela Secretaria de Agricultura, com a possibilidade de decretação de situação de emergência.
Entre os principais prejuízos estão as estradas do interior, que haviam sido recentemente recuperadas e agora voltam a apresentar danos. O prefeito Sérgio Lasch lamentou os efeitos da enxurrada, destacando o impacto nas obras de infraestrutura e na agricultura do município.
“São vários os prejuízos. As estradas estavam praticamente 100% recuperadas e agora precisamos fazer um novo levantamento. Muitas pessoas já tinham iniciado o plantio, outras aplicaram calcário, que com essa chuvarada, provavelmente se perdeu”, relatou o prefeito. Ele adiantou que a administração já acionou a Emater e deve conversar com cooperativas locais para mensurar os impactos no campo.
Segundo Lasch, os investimentos públicos feitos em estruturas como bueiros, que foram ampliados após enchentes anteriores, ainda assim não foram suficientes para conter o volume de água. “Achamos que os problemas não voltariam tão cedo, mas novamente enfrentamos estragos. É um recurso público que vai precisar ser reinvestido”, afirmou.
Até o final da segunda-feira (24), 21 municípios gaúchos já haviam solicitado decretação de emergência devido às chuvas. O Governo do Estado passou a emitir boletins regulares com orientações para a população, e o próximo informativo está previsto para as 9h desta terça-feira (25).
Lasch destacou a necessidade de apoio financeiro dos governos estadual e federal, especialmente para garantir a recuperação das lavouras. “Precisamos de recursos para o solo, para o calcário, para o adubo, para o cloreto de potássio. O governo precisa olhar para isso com atenção”, apelou.
O prefeito também fez um alerta sobre o impacto social da crise no campo, com risco de êxodo rural caso os pequenos agricultores não recebam suporte. “A agricultura não é só o agro grande. O pequeno e o médio também precisam estar no centro da discussão. O agricultor não tem outra profissão. Quando sai do campo, vai para a cidade e pode não encontrar trabalho. Isso já é realidade em municípios da região e pode se agravar.”
A administração municipal segue monitorando os danos e deve anunciar oficialmente nos próximos dias se o decreto de emergência será formalizado.