Brasil avança em competitividade mas eficiência estatal trava, diz estudo
18 de junho de 2025

Apesar de ter avançado quatro posições no ranking mundial de competitividade, a ineficiência estatal ainda trava o Brasil como uma das nações menos competitivas do mundo.
O país figura na 58ª colocação entre 69 economias analisadas, ao lado de países como Botswana e Peru. No ano passado, o Brasil ocupava a 62ª posição.
O levantamento é do Anuário de Competitividade Mundial de 2025, elaborado pelo IMD, da Suíça, em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC). O estudo foi divulgado na noite desta segunda-feira (16).
O ranking avalia quatro pilares principais: desempenho econômico, eficiência governamental, eficiência empresarial e infraestrutura. Cada um deles é composto por diversos subindicadores.
No quesito eficiência governamental, o Brasil aparece em penúltimo lugar, à frente apenas da Venezuela, e atrás de países como Namíbia e Mongólia.
Entre os principais pontos de alerta apontados pelo relatório estão a alta carga tributária, o crédito caro e a burocracia estatal.
“Nos parece que nosso governo está um pouco distante da realidade empresarial brasileira. Estamos agindo na contramão do que os países mais bem colocados no ranking estão fazendo”, afirmou Hugo Tadeu, diretor do Núcleo de Inovação e Tecnologias Digitais da FDC.
O Brasil ocupa a 68ª posição no subindicador “protecionismo” e a 67ª em “finanças públicas”, reflexo de um cenário de incerteza fiscal, excesso de barreiras comerciais e entraves burocráticos, segundo o estudo.
O ambiente regulatório brasileiro é descrito como “complexo e pouco eficiente” pelo documento.
O relatório também chama atenção para a falta de mão de obra qualificada e para a baixa produtividade. O Brasil está em penúltimo lugar (68ª posição) no item que mede a qualificação da força de trabalho e ocupa a 67ª colocação em produtividade.
“Esse cenário limita o crescimento das empresas brasileiras e compromete sua capacidade de inovar e se adaptar às transformações do mercado global”, diz o estudo.
Outro alerta está na qualidade da educação, especialmente para atender às demandas de um mercado de trabalho em constante transformação. O Brasil aparece na 68ª colocação tanto em “habilidades linguísticas” quanto em “educação primária e secundária”.
Apesar do destaque negativo do Brasil nos aspectos governamentais, o país apresentou bom desempenho no pilar econômico, ocupando a 30ª posição no ranking. Entre os destaques positivos estão o fluxo de investimento direto estrangeiro, no qual o Brasil manteve a 5ª colocação, e o crescimento de longo prazo do emprego, que aparece na 7ª posição.
No pilar da infraestrutura, o Brasil ficou em 5º lugar no item “energias renováveis”, reforçando o potencial competitivo da indústria nacional em áreas ligadas à transição energética e sustentabilidade.
Fonte: CNN