Mais da metade dos brasileiros considera o dinheiro o principal motivo de brigas entre casais
11 de junho de 2025

A vida a dois muitas vezes também é uma vida a três – quando as finanças entram em cena, como mostra uma pesquisa realizada pela Serasa para marcar o Dia dos Namorados. Dados extraídos de entrevistas com 1.120 pessoas de todas as regiões do Brasil apontam que 53% dos entrevistados atribuem ao dinheiro a principal causa de atritos em relacionamentos amorosos.
No entanto, o levantamento também indica um esforço mútuo para manter o diálogo financeiro em dia: 65% afirmam conversar abertamente sobre o tema com o parceiro e 58% organizam o planejamento financeiro em conjunto – uma prática que fortalece a relação e facilita o controle das finanças do casal. Por outro lado, quase metade dos entrevistados (49%) já escondeu algum problema financeiro do parceiro.
Entre as atitudes que geram mais conflitos estão tomar decisões financeiras por impulso (35%), a falta de planejamento (33%) e gastos excessivos com itens supérfluos (32%). “Infelizmente, muitos casais acabam caindo nessa situação de infidelidade financeira, por vergonha de assumir suas dificuldades em lidar com o dinheiro ou pelo próprio medo de perder o parceiro”, explica Valéria Meirelles, psicóloga do dinheiro da Serasa. Segundo ela, a realidade das finanças de cada um e as expectativas para o futuro precisam estar alinhados para evitar conflitos e facilitar o bem-estar do casal ao construir planos para o futuro.
O dinheiro também tende a já ser uma preocupação no início do relacionamento – ou, em muitos casos, antes mesmo de evoluir para um compromisso sério -, 24% dos entrevistados admitiram já ter investigado a situação financeira de alguém antes de se envolver romanticamente e 9% revelam ter consultado o Serasa Score e o CPF do possível futuro parceiro. “Dinheiro é coisa séria, pede ética, planejamento e cuidado. Por isso, é preciso ter maturidade e responsabilidade financeira também ao se relacionar com o outro”, orienta Valéria. “Conhecer o estilo de vida, os gostos e os gastos da pessoa amada é um passo importante para entender se existe essa compatibilidade também nas finanças”.
Amor com dívida não se paga
O impacto financeiro de um relacionamento pode perdurar mesmo após o fim. Segundo a pesquisa, 41% dos brasileiros já tiveram o nome negativado por conta de um parceiro, enquanto 45% afirmam ter contraído dívidas após o término de uma relação.
“Normalmente, ao emprestar um cartão ou fazer um empréstimo para o outro, a pessoa se deixa levar por uma ilusão ou por um excesso de otimismo desse mito do amor romântico. Tomar decisões impulsivas, sem planejamento, podem causar prejuízos duradouros, que ultrapassam qualquer linha de romantismo”, alerta a psicóloga.
Dados da Região Sul
Na Região Sul, 67% dos entrevistados disseram que conversam abertamente e com frequência com seus parceiros sobre finanças e 59% afirmaram inclusive que costumam fazer planejamento financeiro juntos. Mesmo assim, 43% disseram que já ficaram com dívidas após o término de um relacionamento, especialmente com cartão de crédito, bancos e empréstimos em seu nome. Diante disso, 40% dos entrevistados concordam que dinheiro é uma das principais causas de conflitos amorosos.
Ainda na Região Sul, 28% dos participantes disseram que já esconderam dívidas ou problemas financeiros dos parceiros e 21% garantiram que já se endividaram por conta de um parceiro e outros 10% já tiveram o nome sujo por causa do parceiro. Ao mesmo tempo, 24% disseram que procuram saber mais sobre a situação financeira dos parceiros antes de entrar em um relacionamento.
Fonte: Correio do Povo