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Argentina apresenta plano para estimular consumo com reservas em dólar

Mundo

23 de maio de 2025

Argentina apresenta plano para estimular consumo com reservas em dólar
Presidente argentino Javier Milei em Córdoba 25/5/2024 REUTERS/Leandro Bustamante Gomez

O governo da Argentina anunciou nesta quinta-feira (22) um plano para facilitar o uso de dólares mantidos fora do sistema financeiro — os chamados “dólares de colchão” — em transações como compra de imóveis, automóveis e outros bens duráveis. A medida, que será implementada por decreto e enviada ao Congresso como projeto de lei, promete reduzir burocracias e sanções automáticas, mas o ministro da Economia, Luis Caputo, reforçou que não se trata de um “blanqueo”, termo usado no país para anistias fiscais.

Segundo o porta-voz presidencial Manuel Adorni e o próprio Caputo, o objetivo é trazer parte dessas reservas informais para a economia, sem exigir comprovação de origem rigorosa. A iniciativa surge em um momento de escassez de dólares no país, onde estimativas não oficiais apontam que até US$ 200 bilhões estão guardados fora do sistema bancário.

Críticas ao excesso de regras
Em coletiva, Caputo foi enfático ao criticar o atual modelo, que, segundo ele, trata os cidadãos como “delinquentes” e incentiva a informalidade. “Argentina regulou para a exceção. Assumir que 99,9% dos argentinos são infratores enlouquece todo mundo e faz com que as pessoas fujam da formalidade”, afirmou. A proposta pretende reorganizar as competências de órgãos como a Agência Federal de Ingressos Públicos (AFIP) e a Unidade de Informação Financeira, responsável pelo combate à lavagem de dinheiro, para evitar sobreposição de fiscalização.

Preocupação com credores internacionais
O ministro da Justiça, Mariano Cúneo Libarona, destacou que o novo regime respeitará padrões internacionais para não comprometer o acesso da Argentina a financiamentos externos. “Será legítimo e não contrariará leis globais”, garantiu. A declaração reflete a preocupação do governo em manter relações estáveis com organismos como o FMI, essenciais para a frágil economia argentina.

Analistas veem a medida como uma tentativa de reaquecer o consumo e aliviar pressões no mercado cambial, mas o sucesso dependerá da adesão popular. Com reservas internacionais em níveis críticos, a Argentina busca alternativas para evitar uma nova crise de liquidez — e os “dólares de colchão” podem ser parte da solução.

Fonte: Revista Oeste