Gripe Aviária: Infecção por H5N1 é rara em humanos e consumo de aves é seguro

A confirmação de foco de gripe aviária no município de Montenegro não é motivo para preocupar a população gaúcha. A infectologista do Grupo Fleury, que atua com os Laboratórios Weinmann no Rio Grande do Sul, Carolina Lázari, explica que o diagnóstico de H5N1 em uma granja local não representa ameaça severa para a saúde humana e o consumo de ovos e carnes no Estado pode prosseguir sem riscos.

“Atualmente há pouquíssimos casos de transmissão para humanos, pois esse vírus ainda não estabeleceu um processo sustentado de humano para humano. No Brasil não tivemos nenhum caso. O país que está tendo maior circulação de H5N1 entre animais, tanto de rebanho bovino quanto de aves silvestres e de criação doméstica é os Estados Unidos onde já foram registrados 70 casos humanos”, recordou Carolina, acrescentando que é baixo o risco de epidemia entre as pessoas. Dos casos naquele país, Carolina ressalta que a maioria ocorreu na Califórnia, com 38, e em Washington, com 11. “Não são pessoas que passaram na porta de uma granja ou fazenda”, alertou.

A infectologista ressalta que apesar da confirmação de foco em aves comerciais não há risco de transmissão da gripe aviária por consumo de ovos ou carne das aves que possam ter sido infectadas. Carolina sublinha que essa condição é válida tanto para humanos quanto para animais. “Embora o vírus até possa estar presente em outros fluidos, a transmissão entre as aves é respiratória, por partículas de respiração”, explicou.

De acordo com a especialista, nos Estados Unidos a transmissão do vírus para humanos e outros animais, como os bovinos, também ocorreu por via respiratória. “Não são pessoas que passaram na porta de uma granja ou fazenda”, tranquilizou..

A médica afirmou que o contágio se dá apenas entre pessoas que convivem ou trabalham de forma rotineira nos aviários e criações. “São pessoas que se expõem com frequência por período prolongado de maneira próxima, que cuidam e manipulam o dia inteiro esses animais que tiveram sintomas leves de síndrome gripal com apenas um óbito”, finalizou, reforçando que os vírus estão em frequente mutação para se adaptar a novos hospedeiros.

Fonte: Correio do Povo