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Monólogo “Memórias de Nina” marca ações do Maio Laranja em Não-Me-Toque

Não-Me-Toque

13 de maio de 2025

Monólogo “Memórias de Nina” marca ações do Maio Laranja em Não-Me-Toque
Foto: Divulgação

O monólogo “Memórias de Nina” retorna a Não-Me-Toque nesta semana como parte das ações da campanha Maio Laranja, que chama a atenção da sociedade para o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. A apresentação aberta à comunidade acontece nesta quinta-feira, 15, às 19h30, no auditório da ACINT.

A iniciativa é do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), que em 2024 já havia levado o monólogo para estudantes do município. “Alcançamos mais de 1.300 alunos do 5º ao 9º ano, com cobertura de 100% das escolas. Agora, nossa proposta é atingir os estudantes do Ensino Médio e também profissionais que atuam com o público infantojuvenil”, explica a coordenadora do CRAS, Vivian Vanzin.

Um espetáculo para impactar

Com mais de 16 anos de estrada, “Memórias de Nina” é um monólogo que circula pelos estados do Sul do Brasil e emociona o público por onde passa. Segundo Vivian, a proposta é provocar reflexão por meio da arte. “Ele não é um espetáculo leve. Ele incomoda, impacta. Porque o abuso sexual causa dor, sofrimento, e precisamos estar preparados para lidar com isso.”

Nos dias 14 e 15 de maio, seis apresentações serão realizadas em Não-Me-Toque, contemplando estudantes do Instituto Solano e da Escola Girassol, além de profissionais da rede de proteção. “Na quarta-feira teremos sessões às 8h30, 19h30 e 21h. Na quinta, o espetáculo ocorre pela manhã, às 8h30, e à tarde, às 18h, voltado aos profissionais que atendem crianças e adolescentes”, detalha a coordenadora.

Dados alarmantes

De acordo com a campanha Maio Laranja, três crianças são abusadas por hora no Brasil. A maior parte das vítimas tem entre 5 e 14 anos, e os meninos tendem a sofrer abuso ainda mais cedo, entre 5 e 9 anos de idade. “São dados assustadores. E o mais grave: muitos desses abusos acontecem dentro da própria casa ou por pessoas próximas da família”, alerta Vivian.

Ela também destaca que os sinais de abuso podem ser sutis, como mudanças de comportamento, regressões, sintomas físicos ou atitudes sexualizadas fora de contexto. “Cabe a todos observar: pais, avós, madrinhas, tios, amigos. Estar atento é um dever coletivo.”

O CRAS de Não-Me-Toque realiza o acolhimento e encaminhamento de vítimas no município. Mas o trabalho vai além: envolve toda a rede de proteção e, muitas vezes, revela histórias intergeracionais de dor. “Já ouvimos relatos de mães que também foram abusadas e nunca receberam apoio. Precisamos romper esse ciclo.”

Vivian reforça que a denúncia é fundamental, mesmo em casos de suspeita. “Você não precisa ter certeza para denunciar. Suspeitou, denuncie. Pode ser na delegacia ou pelo Disque 100, que garante o sigilo do denunciante. O importante é não se calar. Proteger é responsabilidade de todos, não só do Estado.”

Ouça a entrevista: