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Carlo Ancelotti é o novo técnico da seleção brasileira

Esporte

12 de maio de 2025

Carlo Ancelotti é o novo técnico da seleção brasileira
Foto: Divulgação

A frase escrita e apagada diversas vezes no espaço de dois anos pode, enfim, ser publicada: Carlo Ancelotti é, oficialmente, o novo técnico da seleção brasileira.

O italiano de 65 anos, com passagens por alguns dos maiores clubes do mundo, foi anunciado pela CBF nesta segunda-feira (12). O comandante encerra uma passagem vitoriosa no comando do Real Madrid, onde trabalhava desde julho de 2021.

Ancelotti assinou contrato até o fim da Copa do Mundo de 2026.

O italiano fará sua estreia na próxima Data Fifa. O Brasil enfrenta Equador, fora, e Paraguai, em casa, pelas eliminatórias; a equipe, vale lembrar, ainda não tem vaga assegurada no próximo Mundial.

Veja abaixo o anúncio da seleção brasileira:

A maior Seleção da história do futebol agora será liderada pelo técnico mais vitorioso do mundo. Carlo Ancelotti, sinônimo de conquistas históricas, foi anunciado nesta segunda-feira (12) pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, como o novo técnico da Seleção Brasileira. Ele vai comandar o Brasil até a Copa do Mundo de 2026 e já treinará a Amarelinha nos dois próximos jogos pelas Eliminatórias diante do Equador e Paraguai, no próximo mês.

“Trazer Carlo Ancelotti para comandar o Brasil é mais do que um movimento estratégico. É uma declaração ao mundo de que estamos determinados a recuperar o lugar mais alto do pódio. Ele é o maior técnico da história e, agora, está à frente da maior seleção do planeta. Juntos, escreveremos novos capítulos gloriosos do futebol brasileiro,” afirmou Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF.

Uma lenda à altura da Canarinho Carlo Ancelotti não precisa de apresentações. Maior vencedor da Champions League, com cinco títulos, e único treinador a conquistar as cinco principais ligas europeias, o italiano acumula passagens triunfais por gigantes como Milan, Real Madrid, Chelsea, PSG e Bayern de Munique.

Além de sua brilhante carreira como técnico, Ancelotti foi um craque dentro das quatro linhas. Um meio-campista de inteligência rara, ele brilhou por clubes como Parma, Roma e Milan, conquistando duas Champions League como jogador. Seu capítulo final como atleta foi especial: um amistoso contra a própria Seleção Brasileira, em 1992. Trinta anos depois, o ícone retorna para fazer história com a Amarelinha.

O início de uma nova era

Dono de cinco estrelas em sua gloriosa camisa, o Brasil une agora sua tradição incomparável ao maior treinador de todos os tempos. Ancelotti começa sua missão já na próxima semana. Ele se reunirá com Rodrigo Caetano, coordenador geral das Seleções Masculinas, e Juan, coordenador técnico, para definir a lista larga de convocados para os confrontos contra Equador e Paraguai, no próximo mês, nas Eliminatórias da Copa do Mundo. No dia 26, no Brasil, o técnico anunciará os escolhidos.

“O impacto de Ancelotti vai além de resultados; ele é um estrategista que transforma equipes em lendas. O Brasil, com sua tradição única, e Ancelotti, com sua visão revolucionária, formarão uma parceria que vai entrar para a história”, completou Ednaldo Rodrigues.

Com a chegada de Carlo Ancelotti, o Brasil segue no caminho da excelência no futebol. Sob sua liderança, a Seleção reafirma seu compromisso com a grandeza e o desejo inabalável de conquistar o hexacampeonato.

Sua chegada interrompe um período de pouco mais de um mês da seleção sem técnico, desde a demissão de Dorival Júnior, em 28 de março, logo após goleada para a Argentina.

Mais ainda: Ancelotti quebra uma escrita de quase 60 anos sem um estrangeiro na equipe nacional.

O último foi Filpo Núñez, argentino que comandou o Brasil em um amistoso contra o Uruguai, no Mineirão, quando a seleção foi representada por atletas do Palmeiras. Antes dele, também tiveram tal privilégio o uruguaio Ramón Platero (1925) e o português Joreca (1944).

Flerte antigo

O nome de Carlo Ancelotti era o preferido do presidente Ednaldo Rodrigues há pelo menos dois anos, desde meados de 2023, quando a CBF ainda tinha dúvidas sobre quem contratar para a vaga de Tite.

Fernando Diniz foi contratado de maneira interina, para dividir a seleção com o Fluminense, quando chegou-se até mesmo a anunciar um acordo para que o italiano dirigisse o Brasil na Copa América de 2024.

O título da Champions League pelos merengues, porém, garantiu a renovação de Ancelotti com o clube e deixou a CBF exposta. Diniz saiu, Dorival Júnior foi contratado, mas os resultados não ajudaram o novo comandante a se estabelecer.

Somado a isso, a eliminação do Real Madrid na Liga dos Campeões e a perda de terreno na briga com o Barcelona pelo título espanhol deixaram Ancelotti em condição de insegurança no clube, que via a troca de comissão técnica como parte importante da renovação.

Neste cenário, a CBF – que já trabalhava com o nome do português Jorge Jesus para substituir Dorival – viu o antigo alvo ficar de repente disponível e retomou as conversas até o acerto final. O Real Madrid impôs poucos obstáculos, até por já ter Xabi Alonso, ex-Bayer Leverkusen, como substituto.

Carreira de Ancelotti

Meio-campista de boa técnica, Ancelotti aposentou-se em 1992 e imediatamente assumiu o cargo de auxiliar-técnico da seleção da Itália. Fez parte da equipe que levou o país ao vice-campeonato da Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, em derrota nos pênaltis para o Brasil na final.

O primeiro trabalho como treinador principal foi na Reggiana, em 1995. Assumiu o Parma no ano seguinte, mudou-se para a Juventus em 1999 até iniciar, em 2001, possivelmente o ciclo mais marcante da carreira.

Entre 2001 e 2009, Ancelotti comandou uma era muito vitoriosa no Milan. Levou o clube a três finais de Champions, ganhou duas e teve a capacidade de transformar grandes estrelas em um belo time. Naquele Milan, o italiano teve Dida, Cafu, Nesta, Maldini, Pirlo, Seedorf, Rui Costa, Rivaldo, Shevchenko, Crespo e, sobretudo, Kaká, a quem fez o melhor jogador do mundo em 2007.

A carreira de Ancelotti seguiu por imensas equipes, como Chelsea e PSG, até chegar ao Real Madrid em 2013, com o objetivo de levantar a tão sonhada La Décima, maneira que os espanhóis chamavam o 10º título da Liga dos Campeões. Atingiu o feito logo na primeira temporada, em final épica contra o Atlético de Madrid lembrada até hoje pelo gol tardio de Sergio Ramos.

Ancelotti deixou o Real Madrid em 2015, assumiu o Bayern de Munique para uma passagem de pouco brilho, depois dirigiu Napoli e Everton. Quando parecia estar na descendente da carreira, recebeu o convite para retornar ao Santiago Bernabéu em 2021.

Pelas mãos do italiano, o Real conquistou mais duas vezes a Champions League e venceu todos os títulos possíveis, o que fez de Ancelotti o técnico mais vencedor da história do clube.

Agora, ele ganha a chance de dirigir a maior seleção do planeta e acabar com um jejum de 24 anos sem ganhar uma Copa (a última foi 2002).