Café dispara 80% em um ano e registra maior alta desde o Plano Real
11 de maio de 2025

O café moído acumulou inflação de 80,2% no Brasil nos 12 meses encerrados em abril, segundo dados do IPCA divulgados nesta sexta-feira (10) pelo IBGE. É a maior alta registrada desde a criação do Plano Real, em 1994.
Com isso, o café lidera o ranking dos 377 itens que compõem a cesta do IPCA, puxando para cima o grupo de alimentação e bebidas, responsável pelo maior impacto no índice geral.
A disparada dos preços é reflexo da quebra na oferta, provocada por condições climáticas adversas e estoques baixos na indústria. O resultado foram cotações recordes do produto.
Mesmo não sendo considerado item de primeira necessidade, o café é presença garantida na maioria dos lares brasileiros — o que torna o aumento ainda mais sentido no bolso da população.
Porto Alegre lidera aumentos
Dentre as 16 capitais e regiões metropolitanas pesquisadas, Porto Alegre teve a maior variação no preço do café: 99,4% em 12 meses. Na sequência está Goiânia (97,01%). As menores altas ocorreram em Recife (61,63%) e São Paulo (65,34%).
Apenas em abril, o café moído subiu 4,48%, após já ter avançado 8,14% em março.
Inflação geral desacelera, mas alimentação pesa
Apesar de ter desacelerado para 0,82% em abril, o grupo de alimentação e bebidas segue como principal responsável pela inflação no mês, com impacto de 0,18 ponto percentual no índice geral.
O IPCA fechou abril com alta de 0,43%, abaixo dos 0,56% de março. Em 12 meses, a inflação de alimentos e bebidas soma 7,81%, maior taxa entre os nove grupos avaliados pelo IBGE.