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Apenas 5% dos alunos do 3º ano do ensino médio têm bom desempenhoem matemática, diz estudo

Educação

28 de abril de 2025

Apenas 5% dos alunos do 3º ano do ensino médio têm bom desempenhoem matemática, diz estudo
No Dia Mundial da Educação, levantamento traz dados alarmantes sobre nível de aprendizagem da disciplina na educação básica
Foto: Getty Images/ilustração

ONG Todos Pela Educação e o Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional) lançam nesta segunda-feira (28), Dia Mundial da Educação, o estudo “Aprendizagem na educação básica: situação brasileira no pós-pandemia”.

Além de dados sobre desigualdades educacionais na educação básica envolvendo questões étnico-raciais, o levantamento traz um cenário bastante desafiador no que diz respeito ao aprendizado de matemática.

O Iede atualizou o portal QEdu com os resultados mais recentes do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica). As informações de 2023 evidenciam, entre outros aspectos, a dificuldade contínua do Brasil em ensinar matemática.  

Em 2023, no 9º ano, o percentual de estudantes com aprendizado adequado na disciplina ficou em 16% (em 2019, era 18%, e, em 2021, 15%). Já no 3º ano do ensino médio, manteve 5% – o mesmo índice crítico de 2021. Neste cenário de baixíssima aprendizagem, as desigualdades raciais persistem: entre os estudantes brancos, 8% tiveram aprendizado adequado em matemática; entre os pretos, 3%. 

Na aba “Aprendizado”, o QEdu também mostra a distribuição dos estudantes de escolas públicas nos quatro níveis de proficiência: insuficiente, básico, proficiente e avançado, lembrando que o “adequado” corresponde à soma de proficiente e avançado. Destaca-se o fato de que, no último ano da educação básica, 59% dos estudantes brasileiros estão no nível mais baixo da escala – o insuficiente – em matemática. Em língua portuguesa, são 33%.

Nessa mesma página do QEdu, também é possível consultar os percentuais de estudantes com aprendizado adequado, segmentados por nível socioeconômico (NSE). Já nos anos iniciais, as disparidades entre os grupos são bastante acentuadas: no 5º ano, 52% dos alunos de alto NSE têm aprendizado adequado em matemática, enquanto entre os de baixo NSE esse percentual é de 32%. Em língua portuguesa, são 61% contra 45%. 

De acordo com Ernesto Martins Faria, diretor-fundador do Iede, desde que o Brasil passou a monitorar a aprendizagem com avaliações externas – Saeb na década de 1990 e PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) no ano 2000 – os dados apontam um cenário pior em matemática na comparação com língua portuguesa.  

Os dados de 2023 reforçam esse diagnóstico. “Pouquíssimos alunos terminam a educação básica com boa aprendizagem na disciplina. Precisamos exigir que a matemática seja uma das pautas prioritárias da educação brasileira, com políticas mais robustas a nível federal, estadual e municipal, e que esse desafio seja melhor apresentado no novo Plano Nacional de Educação”, completa. 

No período de 2019 a 2023, 11 estados registraram avanços na proporção de alunos com aprendizagem adequada em língua portuguesa. Em matemática, no entanto, apenas 4 estados apresentaram melhora: Ceará, Goiás, Alagoas e Maranhão. E, ainda, assim os avanços foram tímidos, com variações que não ultrapassaram 0,5 ponto percentual.

Fonte: CNN